No passado dia 16 de Julho de 2013 uma delegação da CDU representada por Antero Resende, Pedro Almeida, Ricardo Santos Silva e Filipe Moreira reuniu com a Associação Humanitária Bombeiros Voluntários da Feira, representada pelo seu Presidente, Artur Brandão, e pelo Comandante Manuel Neto, no Gabinete de Crise dessa mesma corporação.

Durante a reunião foram abordadas matérias de grande preocupação junto do colectivo da CDU, tendo havido convergência de opiniões.

            É de salientar que o município de Santa Maria da Feira tem o maior número de ocorrências (focos de incêndio) e reacendimentos em País. Daqui podemos depreender que existe falta de uma prevenção da autarquia atempadamente junto dos proprietários das matas, sendo que a maneira mais recorrente de despoletar situações de fogo após desmatação deriva das prática, ainda persistente, das “queimadas”, sendo que nesta altura do ano são proibidas pela legislação e sujeitas a coima.

            Foi reforçada a necessidade de vigilância mais assertiva e conjunta dos diversos agentes.

          

  Abordou-se a operacionalidade do corpo de bombeiros que neste momento atravessa uma fase de crescimento do número de efectivos. Paralelamente, o aumento o número de jovens/adultos desempregados que frequentam a corporação, fruto da actual crise económica que afecta o concelho, inspira preocupações, não havendo certezas quanto à disponibilidade dos membros para o exercício do voluntariado, num quadro de generalização de situações de desemprego prolongado. De resto, foi transmitido à delegação da CDU que a nova vaga de emigração está já a causar efeitos na disponibilidade imediata dos voluntários. A média de idades do corpo activo é actualmente de 38 anos.

            De extrema relevância o desconhecimento, no município, das situações de risco potencial existentes em todo o parque industrial e de todos os produtos consumidos e manuseados de matérias perigosas como exemplo: a Zona Industrial do Roligo em Espargo, sendo uma preocupação do Comandante.

            A Corporação reconheceu a apreensão da CDU quanto à falta de limpeza da mata envolvente ao gasoduto que atravessa o município, criando-se uma situação de risco potencial, agravada pela possibilidade de incêndios de material combustível nas imediações do gasoduto, cuja limpeza e manutenção são da responsabilidade da Gás de Portugal.

            Foram ainda abordados os riscos inerentes à frequência da zona das Guimbras, na Feira, durante a realização do evento “Viagem Medieval”, considerando que se trata de uma zona com forte inclinação e abundância de árvores de grande porte com idade avançada, em estado de degradação e com raízes expostas, traduzindo-se numa situação de colapso eminente para muitas delas. A esta preocupação vem somar-se o manuseamento de fogo durante o evento, em plena época de risco máximo de incêndios, e os riscos de situações de alarme generalizado ou pânico durante os ajuntamentos de largos milhares de indivíduos em espaços exíguos, muitas vezes não preparados para o efeito.

            A Corporação expôs junto da delegação da CDU as suas justas preocupações com o estatuto social do bombeiro em Portugal nos dias correntes, não existindo uma política de valorização das funções exercidas de forma corajosa e abnegada por milhares de bombeiros em todo o país. A verificar-se o desincentivo hoje predominante quanto ao exercício das funções do bombeiro, a situação a médio e longo prazo assume contornos preocupantes, com possibilidades de esvaziamento dos quartéis de membros voluntários.

            Por fim, a Corporação expressou a necessidade urgente de aquisição de uma auto-escada, sublinhando que, em caso de incêndio num dos pisos superiores do Hospital de S. Sebastião, os Bombeiros da Feira não dispõem de meios para o apagar a partir do exterior. Tratando-se esta de uma reivindicação de grande importância e urgência eminente, com implicações óbvias para a prevenção civil no município, a delegação da CDU comprometeu-se a fazer chegar esta necessidade junto das instâncias superiores, designadamente ao Ministério da Administração Interna, e outros órgãos de poder competentes.