Recentemente, uma delegação da Coordenadora da CDU de Santa Maria da Feira realizou uma visita de trabalho na freguesia de Santa Maria de Lamas. Esta iniciativa -que contou com a participação, entre outros, de Antero Resende e de Ricardo Cardoso, respetivamente 1ºs candidatos à Camara Municipal e Assembleia de Freguesia de Santa Maria de Lamas – teve como propósito analisar in loco e refletir sobre a gestão e o modo de funcionamento de diversos equipamentos – sociais, desportivos e de lazer, entre outros - existentes na Freguesia. Ao longo de mais de 3 horas, esta delegação percorreu um périplo por toda a Vila, destacando-se a presença nas instalações e zona envolvente do “Mini-golf”, no Posto de Turismo, no terreno onde decorrem as obras de edificação do “novo” lar de Idosos, na urbanização onde se situam o Auditório e o Polidesportivo, no Parque junto à igreja e no lugar de Moure (Fonte e tanque públicos).
Da visita efetuada – e numa primeira análise – é possível constatar que existem inúmeras insuficiências na gestão e na utilização dos espaços e equipamentos públicos, mostrando à evidência a ausência de qualquer plano estratégico para a freguesia. Assim, colocam-se, desde já, as seguintes questões:
- Após vários mandatos do PSD – e outras tantas inaugurações – o espaço do “Mini-golf” continua vedado ao usufruto da população, apesar de ter sorvido e continuar a sorver milhares de euros, pagos por todos nós. Não se poderia facilmente - e sem grandes custos – converter este local num espaço de lazer, de recreio e de fruição cultural aberto a toda a população? Aproveitando a orografia do terreno, não seria viável converter o patamar superior num auditório ao ar livre?
- Depois de durante décadas ter sido apelidada de Rainha das Aldeias Portuguesas, Santa Maria de Lamas confronta-se hoje com a ausência total de turistas a visitar a freguesia. De que serve aos Lamacenses ter um Posto de Turismo – inaugurado, ele também, várias vezes – se já não existe turismo? Como é óbvio, a CDU não defende a sua extinção! O que defendemos é que o Turismo regresse e que a freguesia possa voltar a ter capacidade de atrair visitantes.
- No atual momento de profunda crise social, económica e financeira, como é possível demolir-se um equipamento em funcionamento para se edificar de raiz um novo Lar de Idosos no mesmo local? Como foi possível tomar a decisão de transferir os utentes do Lar para o Auditório? Conhecendo a realidade anterior e admitindo que as anteriores instalações não davam resposta consentânea às necessidades de hoje, não existiam outros terrenos disponíveis na freguesia para construir o novo lar? Apesar de ampliado, o novo lar não vai ter as mesmas limitações que tinha no que respeita a espaços exteriores amplos e aprazíveis para fruição dos nossos concidadãos que a ele recorrerem?
- Passados vários anos da sua inauguração, para que foi afinal construído o Auditório? Qual é, ou deve ser, a função de um Auditório (inicialmente chamava-se Casa da Cultura)? Para albergar os alunos do 1º ciclo da escola do Chão-do-monte durante mais de 2 anos? Para acolher agora os idosos do lar? Quantos eventos culturais foram dinamizados e realizados pela Junta PSD no Auditório?
- Quantas pessoas sabem da existência do Polidesportivo, instalado no terreno atrás do Auditório? Quantos Lamacenses o utilizam?
- Depois de ter sido alvo de uma intervenção profunda há cerca de duas décadas, o Parque está hoje novamente completamente descaracterizado. O Café Paralelo, também ele remodelado nessa altura, perdeu já praticamente todas as melhorias estéticas que lhe foram então introduzidas. Não sendo, naturalmente, avessos a inovações, consideramos que um espaço ao ar livre como aquele deve preservar a sua identidade enquanto tal. Depois de ter sido pioneira na animação de Verão, a freguesia de Santa Maria de Lamas assiste hoje à violenta transformação da sua “sala de visitas” numa espécie de “Meca do Karaoke”, entaipada e coberta por lonas. A função do stand da Biblioteca é dar guarida aos jogadores de cartas? Por que não foi ainda demolida a antiga churrasqueira? As melhorias realizadas nos sanitários e na ampliação do antigo coreto (de gosto bastante discutível) não escondem a evidente falta de estratégia e de plano para a utilização plena daquele espaço cheio de potencialidades.
- Por que razão a estrada do Outeirinho – sem dúvida a via de maior tráfego da freguesia – não sofreu este mandato qualquer intervenção de fundo para melhoria do seu piso? Não queremos acreditar que por detrás desta inércia existam razões pessoais ou motivos inconfessáveis. Será que existem?
- Passados dois mandatos da conclusão do arranjo urbanístico operado em parte da Vila, é ou não verdade que se circula pior de automóvel – com mais consumo e, por consequência, mais poluição? Será ou não necessário rever-se a postura de trânsito e proceder-se à revisão de muitas situações (“mini-passeios”, rotundas bélicas, cruzamentos, “passeios-esplanada”) provocadas pela requalificação efetuada?
Sem prejuízo de uma análise mais profunda - que vai continuar a ser amadurecida com a auscultação das pessoas e procurando ir ao encontro dos seus anseios e propostas – consideramos que Santa Maria de Lamas só teria a ganhar com a participação da CDU na sua gestão, como aqui se procurou, de alguma forma, demonstrar.
Constatamos, ainda, a aparente promiscuidade existente entre o executivo da Junta de Freguesia e a direção da Associação Bem Estar, uma vez que as mesmas pessoas são simultaneamente membros da Junta e dirigentes desta associação que gere o Lar de Idosos e a Creche. Em nome da transparência tanto apregoada, não será de questionar, eticamente, a candidatura do cabeça de lista do PSD?
Concluímos afirmando que estes erros de gestão - que atrás aludimos - resultam de propostas que foram sendo definidas com propósitos meramente eleitorais, acabando por resultar em autênticos elefantes brancos, potenciados ainda pela incapacidade dos seus proponentes em lhes darem utilidade, depois de concluídos.
Veja as fotografias aqui.
Stª Mª da Feira, 20 de agosto de 2013
Comissão Coordenadora da CDU / Stª Mª da Feira