Camaradas e Amigos

Em nome da concelhia de Santa Maria da Feira, uma calorosa saudação a todos os presentes.

Nos três anos e meio de intervalo entre Assembleias Regionais, o nosso país foi vítima de um vil ataque por parte das TROIKAS, estrangeira e nacional, que levou ao agravamento das condições de vida dos portugueses. Hoje os portugueses vivem pior, mas não todos, os senhores do capital, esses, vivem melhor e alcançam lucros mais elevados do que antes da crise. Crise cujos únicos responsáveis são esses mesmos senhores do capital e os seus capatazes, PSD, CDS e PS.

O concelho de Santa Maria da Feira não é excepção no panorama nacional. Somos o espelho da desigualdade, onde a dita classe média praticamente desapareceu. Existem hoje os “senhores Amorins” e os pobres. Não é por acaso que Américo Amorim, o homem mais rico do país, detém um autêntico monopólio no sector da cortiça, à custa também da maior exploração e da discriminação salarial. Graças à política de destruição do país hoje temos mais desemprego, mais precariedade, mais desigualdade, no fundo mais dificuldade em ter uma vida condigna. Para isto muito contribuíram igualmente as políticas de um executivo camarário que, pactuando com as políticas do governo de Lisboa, defende o neo-liberalismo com unhas e dentes, defendendo, assim, os interesses dos seus senhores.

Neste que é o décimo sétimo maior concelho do país em população, o número de desempregados, segundo o IEFP, é de mais de nove mil e quinhentos. Se tivermos em conta que estes dados pecam por defeito, facilmente concluímos que o desemprego real é bem mais elevado. Mais de metade destes desempregados encontram-se nesta situação há mais de um ano e uma grande parte não tem qualquer subsídio.

Foram várias as lutas travadas por camaradas e amigos no decorrer destes últimos três anos e meio. Importa recordar algumas como: a luta contra as portagens nas ex-SCUT; a luta pela protecção ambiental; a luta pela remunicipalização da água; a luta contra a cobrança de estacionamento; a luta pela defesa dos serviços públicos; a luta pela defesa de postos de trabalho; a luta pela igualdade entre géneros; a luta pela maior democratização de todos os órgãos autárquicos e a grande luta contra a ideologia que reprime os portugueses para fazer crescer, os já de si, grandes lucros do capital.

 

A última grande batalha foram as eleições autárquicas, onde a CDU foi a única força política a aumentar em número de votos, significando que o nosso trabalho é hoje reconhecido e merecedor de confiança por parte de mais feirenses. No entanto, temos ainda muito trabalho de esclarecimento para podermos aumentar ainda mais e derrotar as políticas de direita que continuam a vencer no nosso concelho com o recurso a obras de última hora e a mega campanhas de propaganda.

Este crescimento tem-se traduzido, também, no número de militantes que tem aumentado de ano para ano de forma sustentada. Esta nova energia, aliada à energia dos camaradas com mais experiência e à necessária melhor estruturação da organização concelhia, traduzir-se-á certamente numa maior capacidade para lutar e defender os interesses dos portugueses e aqui em particular dos feirenses.

Camaradas e amigos, espera-nos um ano difícil e de grandes lutas, a maior delas a defesa dos valores de abril e as conquistas que deles advieram. Não podemos dar tréguas aos inimigos dos trabalhadores e do povo português.

Com muita força e alegria comemoraremos o quadragésimo aniversário da Revolução de Abril e avancemos para a construção de um mundo mais justo.

Viva Portugal livre e soberano!

Viva o PCP!