Passado um ano desde a tomada de posse do executivo Social-democrata da Junta da Freguesia de Fornos, à CDU, como força política que faz uma oposição construtiva e responsável, em jeito de balanço cumpre referir o seguinte:

Como nota prévia começaríamos por enaltecer a postura da Presidente da Assembleia de Freguesia que em sede comissão de alteração do regimento deste órgão, deu mostras de grande abertura e diálogo. Chegou-se assim a um consenso que proporcionou pela primeira vez aos cidadãos a possibilidade de expor os seus problemas ou sugestões antes do período da ordem de trabalhos e de poder propor pequenas obras ou intervenções através do orçamento participado.

Estes sempre foram anseios e propostas da CDU Fornos, mesmo quando a junta era socialista e nunca foram acatados. Nós entendemos que sendo incontornável que os eleitos representam o povo que os elegeu, se deve dar primazia à população que é a razão de existência destes órgãos de proximidade.

Entretanto e na ausência de motivos que justificassem intervenção política séria, os eleitos do Partido Social Democrata e do Partido Socialista foram-se esgrimindo com questões de “zangas de comadres” vindo à baila a questão da Associação Fornos Cresce que, como a CDU sempre referiu era uma associação que primava pela ilegalidade, que nem sócios tinha, que só servia para esconder as ofertas em dinheiro da junta para as festinhas que se vão fazendo na freguesia. Já os eleitos do Partido Socialista fizeram um comunicado sobre a água de consumo e descobriram a pólvora, até parecendo que não foram coniventes com a concessão da água à INDÁQUA pois abstiveram-se, sendo a CDU a única força política que votou contra.

Fornos, entretanto, não deixa de estar permanentemente em obras, ficando os entulhos e detritos a acumular-se meses e até anos a fio nas bermas da rede viária, entupindo a rede pluvial, num desleixo permanente. Temos ruas que para serem feitas pequenas intervenções se encontram esventradas há mais de dois anos.

No lugar do Carvalheiro cresce um aterro, clandestino pois não se vislumbra qualquer identificação de propriedade ou edital de licenciamento camarário. Está situado na Rua da Valejada, vem servindo de depósito a aterros irregulares da construção civil e obras públicas, é um chamariz para vetores de doenças, prejudica o meio ambiente e entope as linhas de água de superfície, etc. Numa visita feita ao local encontramos resíduos contaminantes com origem no petróleo tais como betuminoso em grandes quantidades, tintas, plásticos, polímeros e combustíveis, além de telhas de fibrocimento com amianto. Deve referir-se que a localização deste mesmo aterro acontece numa cota superior e paredes meias com uma ETAR de uma unidade fabril de lacticínios.

A grande pedrada no charco, no meio desta amnésia e falta de ideias foi sem dúvida o lançamento da “Bolsa de Voluntariado”. Não porque seja novidade, pois trata-se de algo já muito analisado e mastigado por outras terras e andanças, abandonado em muitos casos e que na nossa freguesia foi alvo de uma propaganda que não é usual na junta. Pede-se aos Fornenses para darem do seu tempo, quando o nosso presidente de junta se fez promover a presidente a meio tempo, passando a ganhar mais de 20.000 euros ao fim de quatro anos de mandato. Como diz o povo “ bem prega frei Tomás ouve o que ele diz e não olhes para o que ele faz.” Dir-se-ia que assim iriamos ter um presidente mais presente e que tão ilustre personagem estaria mais próximo dos cidadãos. Desenganem-se os incautos pois o que continua a acontecer é que o mesmo se fecha entre as quatro paredes da junta e ninguém o vê.

A prova do que aqui afirmamos sentiram-na os Fornenses que tiveram as obras de saneamento a decorrer durante todo o verão (e ainda continuam sabe-se lá até quando) com estaleiros de materiais e entulhos um pouco por todo o lado, pó de pedra no ar que cobria tudo de cinzento. Tiveram de intervir para não serem destruídos sistemas de rega e de águas pluviais e circularam meses por estradas que pareciam verdadeiras “picadas”. Hoje observamos um alcatroamento que é uma verdadeira aberração. Ao senhor Luís André que afirmou “perder muito do seu tempo com a freguesia” ninguém viu. Apetece-nos perguntar “onde anda o presidente a meio tempo?”

Alguém se lembra de ter lido na propaganda política da campanha do PSD de Fornos que se vencessem as eleições o presidente passaria a estar a meio tempo na junta? Má-fé eleitoral diríamos nós, burla diriam outros tantos. E não é que são estes senhores da direita que passam a vida a falar em moral!

Com a sua presença assídua na Assembleia de freguesia os Fornenses provaram que são uma população de cidadãos praticantes, que não se abstém de tomar o seu destino em mãos. Foi através da sua união que de forma inequívoca a maioria da população rejeitou totalmente a possibilidade da freguesia de Fornos vir a ser extinta como outras.

Comparece nas Assembleias de freguesia.

 

Manuel Soares da Silva