Assembleia decorreu em S. Paio de Oleiros

Com o objectivo de debater a grave situação social do sector corticeiro e decidir as medidas orgânicas do Partido tendentes ao seu reforço e implantação, teve lugar no sábado passado, no C.T. de S. Paio de Oleiros, a Assembleia da Organização respectiva.

Na sequência de outras acções e iniciativas, nomeadamente do Encontro de trabalhadores corticeiros promovido pelo PCP, no inicio do ano passado, onde foi feita uma radiografia aprofundada da realidade económica e social deste importante sector produtivo, a Assembleia considerou que as suas principais conclusões se mantêm válidas. Porém, ganham nova actualidade e premência face ao sério agravamento da situação social e laboral que aqui se tem registado nos últimos meses. Na verdade, o encerramento de empresas, a vaga de despedimentos que se sucedem, acompanhados pelo recurso a todo o tipo de pressões e chantagens, o aumento do desemprego, as praticas injustas e ao que tudo indica ilegais de lay-off, a manutenção das discriminações salariais em relação às mulheres corticeiras, o atraso no pagamento de salários e subsídios etc. criam um quadro cada vez mais difícil para os trabalhadores, que contrasta com os lucros obscenos dos grandes grupos económicos do sector que chegam mesmo ao ponto de se aproveitarem da crise para acumular riqueza e património.

Isso mesmo se pode concluir do recente “pacote” de milhões de euros, anunciado pelo Governo PS, numa evidente manobra eleitoralista, mas que, ao invés de responder ao aumento dos problemas laborais e do desemprego no sector e da asfixia em que se encontram as suas micro e pequenas empresas, sem apoios e acesso ao crédito, tende a favorecer, isso sim e cada vez mais, a centralização e controlo absoluto da produção corticeira pelos grandes grupos monopolistas, aliás na linha do que está a acontecer noutras áreas e sectores.

 

São muitas as ilegalidades e atropelos aos mais elementares direitos em várias empresas da cortiça, como a Assembleia constatou, mas o que se está a passar na Facol é totalmente absurdo e inaceitável. Atingidos por novo processo de lay-off, os seus trabalhadores continuam com vários meses de salários em atraso. Por isso é perfeitamente justa a greve entretanto anunciada, como forma de fazer valer os seus direitos e com cuja luta o PCP se solidariza.

A Assembleia da organização dos corticeiros discutiu e aprovou, por outro lado, com base num documento síntese, várias medidas e acções para reforçar a implantação do Partido no sector, que passarão, entre outras, por uma sua maior ligação e intervenção junto dos trabalhadores, a par do recrutamento de novos membros e de um melhor e mais regular funcionamento interno. No encerramento da Assembleia interveio José Gaspar, membro do Comité Central do PCP que, depois de destacar a importância da mesma, apelou à participação nas iniciativas e batalhas que se aproximam.