PCP

 Após anos de luta das trabalhadoras e dos trabalhadores corticeiros e do seu sindicato, finalmente foi acordado entre Ministério do Trabalho, Associação Patronal e Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte o fim da vergonhosa discriminação salarial entre mulheres e homens no sector da cortiça, onde, para o mesmo trabalho, as mulheres chegavam a ganhar menos 100 euros do que os homens.

Desde o início, a APCOR nunca se mostrou disponível para o seu cumprimento e o Ministério do Trabalho nunca envidou todos os esforços para que esta ilegalidade fosse finalmente corrigida.

Agora, é anunciado pelas associações patronais que só em 2015, a pretexto da crise, se cumprirá o acordo da igualdade, tendo mesmo rejeitado o aumento proposto pelo sindicato de 19 euros por ano para todos os trabalhadores.

A própria presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego admite que se trata de “uma situação de discriminação, ainda que indirecta”, contudo não accionam os mecanismos necessários para pôr fim a esta vergonha que mancha o sector da cortiça no município feirense.

Tudo isto, depois de uma série de despedimentos e do aumento da precariedade no Grupo Amorim, que distribuiu pelos trabalhadores compensações de Natal que permitiriam o aumento salarial proposto por estes, e em que os lucros continuam a subir, sendo Américo Amorim notícia pelos donativos e mecenato que tem praticado, ao mesmo tempo que explora desta forma brutal os trabalhadores, com particular incidência, as mulheres, não cumprindo a lei e os mais básicos princípios da igualdade.

O PCP continuará a exigir que o Governo tome as medidas imediatas para pôr fim a esta ilegalidade, se cumpra o princípio constitucional de salário igual para trabalho igual e se valorize o trabalho e os trabalhadores.


Comissão Concelhia de Santa Maria da Feira do PCP
22 de Dezembro de 2010