Num passado ainda bem recente, mais concretamente a 22 de Maio, o deputado José Luís Ferreira do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questionava o Governo, através do Ministério da Economia, sobre o lamentável estado de degradação da Estrada Nacional 109-4, que atravessa o município de Santa Maria da Feira, e, mais concretamente as freguesias de Fornos e Mosteirô. Esse estado de deterioração, que leva à destruição do material circulante, favorece a degradação ambiental nas áreas adjacentes e coloca igualmente em perigo os cidadãos que habitam nas imediações ou que nela circulam.

Chamava-se igualmente à atenção para as incumbências da EP - Estradas de Portugal, S.A (EP) no que se refere à conservação, manutenção e garantia de segurança rodoviária nas estradas nacionais como no caso vertente, ou seja, a prestação de um serviço público de qualidade, proporcionando uma melhor qualidade de vida às populações, contribuindo para o desenvolvimento nacional e para a coesão territorial.

Coincidência ou talvez não, após ter sido tornada pública esta pergunta, a Câmara Municipal da Feira fez aprovar um pacote de intervenções viárias onde se incluía a recuperação desta importante via.

Pensavam os munícipes e entre eles os Fornenses que estava a chegar ao fim o martírio de quase três anos em permanentes frentes de obra, com tudo o que isso implica. Começada a repavimentação da via em Mosteirô, e estando as obras a decorrer em bom ritmo, a presença de maquinaria pesada em Fornos foi um ápice. Só que, no troço que mais problemas de circulação e destruição causaram, concretamente na rua do Ribeiro em Fornos, o que os moradores observaram estupefactos foi que começaram de novo a marcar e rasgar a estrada.

Só agora quando estavam prestes a repavimentar com piso definitivo, e isto após abatimentos sucessivos de grande dimensão, cobertos com sucessivos e toscos remendos, é que os técnicos concluíram, após vistoria do sistema em alta, que o mesmo estava esmagado debaixo do volume de inertes que colocaram sobre os mesmos.

Não deixa de ser caricata esta situação pois a mesma não deriva do facto das obras serem feitas de forma célere, deve-se, isso sim à má qualidade das práticas técnicas e dos serviços prestados pela firma a quem foi adjudicada a empreitada e à inexistente de qualquer fiscalização responsável, quer por parte do empreiteiro quer por parte do dono da obra, a Câmara Municipal da Feira.

Nada de novo então como se compreende pela situação exposta, e mesmo aqueles que no remanso de um qualquer gabinete de junta, através das novas tecnologias iam dizendo ao povo que só agora se podia fazer o alcatroamento definitivo porque era necessário compactar antes de alcatroar, que desculpa esfarrapada irão agora inventar?

A CDU tem noção que situações como esta estão a acontecer um pouco por todo o lado, nesta fase de repavimentação das ruas destruídas para implementação do sistema de águas residuais das ribeiras do Cáster e Lage (veja-se igualmente o caso da reta de Manhouce - Arrifana). Tem a CDU igualmente a noção que as mesmas não se devem a questões técnicas mas tão somente à incapacidade sistemática que a Câmara da Feira demonstra em fiscalizar as obras que adjudica, pagas com o erário público, pagas com o nosso dinheiro.

Os munícipes feirenses merecem respeito e mereciam melhores desempenhos políticos na defesa dos seus interesses.


Stª Mª da Feira, 25 de Junho de 2015


Comissão Coordenadora da CDU / Stª Mª da Feira