José Sócrates teme indignação das populações

Governo PS/Sócrates, em campanha eleitoral, foge dos trabalhadores e distribui dinheiro ao capital.

1. O Primeiro Ministro José Sócrates pela 3ª vez esta semana (!) esteve no Distrito de Aveiro. Regista-se o facto, mas tendo em atenção os resultados objectivos nada resultou de substancialmente positivo.

Em qualquer dos casos as visitas decorreram de forma sorrateira e quase secreta, foram informadas poucas horas antes de acontecerem - e apenas aos directamente envolvidos e a alguns órgãos de comunicação social - e envoltas em secretismo e manobras de desinformação quanto ao local e tema. O portal do Governo na internet não tem agenda do dia ou do futuro próximo e o que tem é ficção - propaganda de actos e visitas já consumados de ministros e secretários de Estado.

 

Fica assim mais claro que o Governo PS sabe bem que a sua política é contrária aos interesses e direitos dos trabalhadores e das populações laboriosas. Fica claro que tem medo da indignação e protesto dos trabalhadores, dos agricultores, dos micro, pequenos e médios empresários, dos reformados e pensionistas, dos jovens e do povo do distrito de Aveiro.

 

2. As visitas do Primeiro Ministro e de outros membros do Governo ao distrito, a forma como são organizadas e o seu conteúdo marcadamente de classe - com cheques para entregar aos grandes grupos económicos e uma mão cheia de nada para os trabalhadores - revelam as verdadeiras prioridades e preocupações do Governo.

O PS e o Primeiro Ministro estão empenhados, no essencial, em garantir a concentração capitalista e as taxas de lucro dos grandes interesses, que ao longo de anos e anos “abicharam” fundos, apoios e benesses fiscais e conseguiram lucros obscenos – como os mais de 1200 milhões de euros da EDP em 2008.

Para os trabalhadores e populações ficam os paliativos e medidas escassas, insuficientes e tardias que, por exemplo, excluem centenas de milhares de desempregados, sobretudo jovens, do subsídio de desemprego, ao mesmo tempo que as políticas prosseguidas fomentam esse mesmo desemprego, a precariedade, a exploração, a destruição de serviços públicos e de direitos laborais e sociais e não apoiam as pequenas e médias empresas, a produção nacional e o mercado interno.

 

3. Na Vulcano, 2ª feira, o Primeiro Ministro, para além das imagens televisivas e de propaganda eleitoral inconsequente, não teve uma palavra e sobretudo não teve uma medida para mais de 200 trabalhadores temporários que, naquela empresa, perderam recentemente o posto de trabalho.

Na Renault, o Primeiro Ministro foi em “toca e foge” falar para as televisões da formação profissional, paga pelo erário público, mas não teve uma palavra para 50 trabalhadores a prazo despedidos desde Janeiro, apesar das muitas dezenas de milhões de € de apoios do Estado, cuja contrapartida propagandeada era a garantia dos postos de trabalho.

No sector da cortiça na Feira, o Governo entregou hoje o cheque de cerca de 180 milhões de euros às grandes empresas, apoiando os processos em curso de violenta concentração capitalista e de “modernização” dos despedimentos e da exploração, mas sem soluções para o tecido empresarial de menor dimensão, à beira da falência e que continuará garroteado pelo crédito bancário, e sem garantir a efectiva resposta aos problemas de muitas centenas de trabalhadores despedidos e sem direitos.

 

4. A DORAV do PCP considera inaceitável esta situação e esta política do Governo. Enquanto se aprofundam as dificuldades do país e a recessão económica e se agravam os índices sociais, o desemprego e a pobreza – atingindo profundamente o distrito de Aveiro - o PS e o Primeiro Ministro não resolvem os problemas mas fazem crescer a dívida pública no apoio aos grandes grupos económicos e à concentração de capitais; preocupam-se no essencial com a propaganda eleitoral e o “show off” televisivo e fogem dos trabalhadores e dos sindicatos, dos agricultores, das PMEs e das suas associações, fogem aos problemas reais de quem trabalha ou perdeu o seu posto de trabalho.

O PS/Sócrates comprova assim que, não só falhou todos os objectivos a que se tinha comprometido e foi e é responsável pela desgraçada situação do país, como é absolutamente incompetente e incapaz para responder à actual situação.

A DORAV do PCP, exorta os trabalhadores e as populações laboriosas do distrito à continuação das acções de protesto e luta e de exigência duma nova política – como a grandiosa manifestação da CGTP-IN de 13 de Março e a manifestação dos agricultores, convocada pela CNA, que hoje mesmo decorre - e reafirma a convicção de que Sim é possível uma vida melhor! e a determinação do PCP para, com os trabalhadores e o povo do Distrito, construir a ruptura com as políticas de direita, uma alternativa à esquerda e um novo rumo para Portugal.

 

5. As Jornadas Parlamentares do PCP, que se realizarão no Distrito de Aveiro, nos dias 6 e 7 de Abril com um programa vasto e diversificado de visitas e reuniões, que incidirão sobre a situação social, os problemas dos trabalhadores, das populações e do tecido económico, serão um contributo significativo do PCP para as propostas e medidas necessárias para fazer frente à crise e apontando o caminho a uma nova política e uma vida melhor.