A Direcção da Organização Regional de Aveiro do PCP reuniu a 12 de Junho em Aveiro. Nesta reunião debateu-se a situação nacional e regional e, em particular, aspectos centrais de intervenção no futuro, destacando-se a preparação das Eleições Legislativas, o desenvolvimento da luta de massas e o reforço do Partido.

1. Com a aproximação das Eleições Legislativas – a realizar no 2º semestre deste ano – o quadro de pré-campanha eleitoral é cada vez mais dominante na vida do País. A propaganda, a demagogia, os argumentos de auto-legitimação e o auto-elogio são o quotidiano de um Governo esgotado e isolado que procura freneticamente submeter o País aos interesses dos grandes grupos económicos, ancorando-se muitas vezes em estatísticas falseadas, análise parcelar de factos ou afirmações de cariz anti-democrático para levar a sua avante. O conteúdo do “III Congresso da Região de Aveiro” é disso mesmo um exemplo.

2. A pobreza, as desigualdades sociais, o desemprego e a precariedade, a emigração, continuam a agravar-se, contrariando a propaganda que “a situação melhorou”, e alastrar-se-ão ainda mais nos próximos meses e anos, caso seja implementado o chamado “Plano de Nacional de Reformas”. O PCP alerta para o facto de este Plano constituir um prolongamento das medidas de exploração e empobrecimento – outrora chamadas “temporárias” – que não só não resolveram nenhum dos problemas do País, como ainda os aprofundaram.

3. A privatização da TAP, da Carris, da STCP, do Metro de Lisboa e da EMEF, empresas estratégicas para o país, a destruição da Move Aveiro e a ameaça no distrito da municipalização de funções sociais do Estado, de que são exemplo na área da Educação os concelhos de Águeda, Oliveira do Bairro, Oliveira de Azeméis e Mealhada, e a nível distrital, o interesse por parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro do controlo da área da saúde. Também as dificuldades sentidas pelos produtores de leite e agricultores constituem mais uma prova de que – para lá da propaganda – este Governo e as suas medidas são responsáveis pela destruição da produção nacional e a ruína de milhares de pequenos e médios produtores!

4. A apresentação do Programa Eleitoral do PS confirmou aquilo que há muito o PCP afirmava: o Partido Socialista não está disponível para uma ruptura com os principais factores de constrangimento ao desenvolvimento e justiça social em Portugal e, como tal, todas as medidas que apresente só cosmeticamente se podem distanciar do que vem sendo feito por PSD e CDS. Entre PS e PSD/CDS há apenas uma divergência quanto ao ritmo das medidas, mas não quanto à sua essência. Mais ainda, em alguns casos, como o do despedimento individual ou da redução da TSU, o PS está disponível para ir ainda mais longe no favorecimento do patronato e aprofundamento da exploração dos trabalhadores.

5. A já identificada estratégia de forçar a bipolarização (PSD/CDS “versus” PS) encontra nos partidos do arco da dívida, no Presidente da República e na comunicação social dominante agentes eficazes na chantagem que o Grande Capital tenta fazer aos portugueses. As sondagens, o silenciamento do PCP e da CDU (que se pretende legalizar com as alterações à lei da cobertura das campanhas eleitorais pela comunicação social), os apelos explícitos e implícitos à resignação, o catastrofismo face a uma alternativa patriótica e de esquerda, a promoção de novidades ou repescagens políticas tendo como único critério a imagem, entre outros, são factores de clara contaminação da opinião do povo português na tentativa, cada vez mais desesperada, de manter tudo na mesma.

6. O actual quadro evidencia de forma gritante a necessidade de uma ruptura com estas políticas e os partidos que as praticam. Essa ruptura passa pelo reforço da luta dos trabalhadores e do povo e pelo voto na CDU – única força em condições de representar uma verdadeira alternativa, proponente de soluções válidas e justas para os problemas do País. A DORAV do PCP apela a todos os democratas e patriotas do distrito para que se unam em torno da CDU e contribuam para garantir na Assembleia da República representação da CDU no nosso distrito.

7. O imenso êxito que representou a Marcha Nacional “A força do Povo” do passado dia 06 de Junho – com a participação de mais de 100.000 pessoas, entre elas várias centenas oriundas do distrito de Aveiro – deve constituir um factor de esperança e mobilização de todos os que justamente aspiram uma ruptura com o caminho de desastre a que temos sido sujeitos. Esta Marcha foi mais um exemplo de que há em Portugal e no povo português força bastante para concretizar a mudança que o país precisa. O escandaloso apagamento pela comunicação social desta imensa iniciativa deixa bem clara a natureza e orientação das agências noticiosas e seus proprietários, acerrimamente comprometidos com os ricos e poderosos deste País, que por tudo procuram apagar a força de quem quer romper com o actual estado de coisas.

8. No seguimento de todos os esforços realizados e contactos obtidos com a preparação da Marcha, é imperativo dar continuidade ao trabalho de massas, indo mais longe nas acções de agitação, denúncia e esclarecimento. Ao longo das próximas semanas o colectivo partidário levará a cabo uma acção nacional de propaganda, sob o lema “A força do povo – soluções para um Portugal com futuro!”, que dará corpo à mensagem do Partido e da CDU. Dentre as muitas acções a desenvolver, destaca-se a realização de uma iniciativa com a presença do Secretário-Geral do PCP, em Aveiro, no próximo dia 10 de Julho.

9. A DORAV do PCP considera que a resposta dos trabalhadores e das populações às políticas de direita e suas consequências são a mais viva demonstração do amplo consenso em torno da necessidade de uma alternativa ao caminho seguido. Além de importantes acções desenvolvidas um pouco por todo o país, destaca-se a amplitude das comemorações do 25 de Abril, o desfile do 1º de Maio, as greves de grande adesão na Hubertricot, na Flexipol, na Eurospuma e nos serviços de saúde (quer na greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública no sector, quer na greve dos enfermeiros). Merecem ainda referência as movimentações populares contra o aumento do IMI e em defesa do Hospital de São João da Madeira e do Hospital Visconde Salreu (Estarreja) pelo envolvimento popular e as justas reivindicações. Todas estas acções merecem a solidariedade activa do PCP por constituírem importantes movimentações para romper com o caminho de desastre em que o País está mergulhado. Nessa linha, a vitória dos trabalhadores da Renault – ao conquistarem aumentos de salários e integração de trabalhadores com vínculo precário no quadro, sem ceder ao Capital – é um exaltante exemplo de que lutar vale a pena e que o caminho para a vitória é sempre o da unidade, organização e luta dos trabalhadores e do povo!

10. O imenso volume de tarefas decorrentes da situação actual não deve constituir um obstáculo ou distracção face à necessidade de reforço do Partido. Tendo finalizado a “Acção Nacional para a Elevação da Militância” com êxito e contribuído com 79 novos militantes no distrito para o sucesso da campanha nacional de recrutamentos do PCP, é fundamental aproveitar todas as potencialidades que os muitos milhares de contactos realizados e a realizar ao longo dos próximos meses permitem. Continuar o recrutamento e enquadramento de novos militantes, alargar o número de pagantes de quotas e compradores do Avante, criar e dinamizar organismos, particularmente ligados a sectores profissionais ou empresas e locais de trabalho. Destacam-se pelo seu êxito a realização do Encontro Distrital sobre a intervenção do PCP nas empresas e locais de trabalho e as Assembleias de Organização Concelhias de Aveiro, Mealhada e Oliveira de Azeméis, registando-se a necessidade de continuar este trabalho de acordo com o planificado.

11. A DORAV registou com satisfação o facto de ter cumprido já mais de 2/3 da meta de recolha de financeira a que se propôs no âmbito da Campanha de Fundos para a Aquisição da Quinta do Cabo da Marinha. Tal como registado no passado, ficam evidentes as possibilidades abertas por esta campanha, que é preciso aproveitar ao máximo, não perdendo de vista a necessidade de recolher o decorrente dos compromissos assumidos.

12. A par da intervenção política, os próximos meses serão marcados pela preparação da Festa do Avante! 2015. A mobilização para a construção e para a própria FA!, a divulgação dos seus conteúdos e valores, a preparação de todos os aspectos políticos e logísticos para o seu êxito são tarefas prioritárias para garantir que, mais uma vez, há uma ampla participação de gente do distrito na FA!.

Os meses que se seguem serão decisivos para o futuro do Povo e do País. Em todas as batalhas que serão travadas, os democratas e patriotas sabem que poderão contar com a determinação, coerência e coragem do PCP e dos seus militantes. O apelo que lhes fazemos é para que tomem partido nesta luta – de que as Eleições Legislativas são uma importante etapa – e se juntem a nós, dando expressão política às suas justas aspirações de transformação de Portugal com a implementação de uma política patriótica e de esquerda, fazendo-o uma pátria de paz, prosperidade e desenvolvimento, livre de desigualdades e injustiças!