Boa tarde amigos e companheiros, caros munícipes de Santa Maria da Feira,
Queria começar por agradecer a presença e as palavras imprescindíveis da Manuela Silva e Pedro Almeida. Essencialmente pela força, que da razão, da justiça e da urgência da nossa luta, ressalta das palavras que aqui nos deixaram – o meu agradecimento pessoal.
Agradeço igualmente a fundamental presença das senhoras e dos senhores jornalistas neste ato público simples, sem luxos nem aparatos, como será a nossa campanha eleitoral num momento de crise em que o nosso povo atravessa tantas dificuldades, simples mas de profundo significado pela mensagem que encerra, e da qual, esperamos, possam vir a ser porta-vozes.
Permitam-me apenas umas breves palavras, para dizer que é uma honra para mim integrar as listas da CDU ao município de Santa Maria da Feira, por múltiplas razões locais e nacionais. Desde logo porque para nós na CDU, os eleitos têm que se “mover pelos interesses e defesa das populações” e têm também de “ser capazes de dizer não ao Governo central”, o que, convenhamos, não é hábito do PSD e do PS Feira.
Atuarei sempre às “claras”, e como tal, deixo aqui desde já uma proposta, “o poder que me derem não será meu, será sempre de quem mo deu!” Pois privilegiarei sempre a vontade e os anseios da população feirense.
Do mesmo modo, estou certo de que nem todos terão esta atitude cívica pois não vão faltar nestas eleições, em Santa Maria da Feira, candidaturas apostadas em ocultar as suas responsabilidades pela real situação do país e do concelho. Aparecerá igualmente uma candidatura partidária, com um candidato em comissão de serviço.
Parece-me inequívoco e avulta da história recente, que a CDU é a única candidatura que valoriza o poder local democrático, as freguesias e o seu papel central junto das populações, e, estamos aqui desde logo para mostrar às populações locais que “há mais mundo para além do PSD, PS e CDS” e que existem “caminhos alternativos”.
O nosso património de trabalho e intervenção fala por nós. Enquanto candidato da CDU, sou militante do Partido Ecologista “Os Verdes” e orgulho-me desse património de intervenção política no nosso Concelho. Orgulho-me das lutas na defesa da linha do Vale do Vouga, duma intervenção coerente na denuncia de crimes ambientais, como são os casos das pedreiras de Lourosa e das Penas, a poluição dos lençóis freáticos em Riomeão, na defesa dos nossos recursos hídricos, em defesa do Cáster, do Uima, do Inha, da Ribeira da Lage, do Rio Maior e do Ul despoluídos, batemo-nos por uma postura de recolha de resíduos sólidos diferente e ecológica, e, em tantas outras situações em que recorremos aos grupos parlamentares do PCP e de “Os Verdes”, ao Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, à Comissão de Ambiente da União Europeia, ao Provedor de Justiça e a tantos outros órgãos de tutela nacionais e da UE. Fomos os únicos que votamos contra a concessão a privados dos sistemas de águas e saneamento públicos. (e o tempo deu-nos razão)
Já no campo da educação, e porque achamos que todos somos educação, temo-la, ao contrário do PSD local, como a estrutura basilar para uma sociedade com futuro. Assim, batemo-nos por uma escola pública e de qualidade, próxima do aluno enquanto individuo, que o trate com equidade e atenda às suas diferenças.
Por isso, fomos e somos contra a lógica mercantilista das agregações de estabelecimentos escolares. Somos pela melhoria do parque escolar da Feira, tendo proposto por diversas vezes a construção de pelo menos mais duas escolas secundárias no território municipal. Propusemos a requalificação ambiental e a adequação tecnológica de todas as escolas básicas. Denunciamos a presença de coberturas de edifícios escolares com fibrocimento incorporando amianto. Denunciamos as más condições dos transportes escolares, a mau serviço de cantina e os atrasos nos pagamentos por parte da camara aos operadores das mesmas. Em suma, denunciamos a falta de uma estratégia para a educação municipal que começa desde logo pelo não cumprimento da carta educativa, pelo deficiente funcionamento do Conselho Municipal da Educação pelo deficiente funcionamento da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, pelo desaparecimento do Conselho Municipal da Juventude entre outros.
Amigos e companheiros
Estamos cientes que a história teria sido bem diferente se a CDU tivesse tido eleitos no Executivo Municipal, porque a CDU fez e faz falta no Executivo Municipal onde conseguirá fazer toda a diferença.
As asneiras foram feitas. Importa agora retirar os ensinamentos possíveis desta situação e “arrumar a casa”. Mortas estão a credibilidade política de PSD e PS enquanto poder e oposição. Ferido está o concelho de Santa Maria da Feira.
A Feira e os feirenses merecem mais e melhor. Mais respeito e melhor gestão autárquica. Mas principalmente precisam saber que podem ter melhor e que para tal é necessária uma nova política, responsável, participada e transparente, franca, realista e honesta, com os pés assentes nesta terra e os olhos postos no horizonte. A política da CDU.
Esta é altura de as populações mostrarem o seu descontentamento contra as políticas daqueles que nos governam. A nossa proposta é que desobedeçam nestas eleições, que têm que ser aproveitadas para as pessoas dizerem “não” a esta política, porque tudo aquilo que criminosamente nos está a acontecer não é fruto do acaso nem de qualquer intervenção divina ou mera malfeitoria do poder central, é isso sim o resultado das políticas, opções e logros dos sucessivo elencos camarários laranjas.
Amigos e Companheiros,
Sabemos que os tempos são duros e o caminho difícil e desigual, mas o desafio é irrecusável.
Estamos aptos, assumiremos todas as responsabilidades. PSD e PS já tiveram 38 anos de oportunidade que deixaram gorar. É hora de um outro rumo, é a hora da CDU!
Concluo com palavras emprestadas de Geraldo Vandré, dos Deolinda e de José Afonso:
“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora,
Não espera acontecer”;
“Pois se tem que ser, que seja agora”!
“O Povo da Feira é quem mais ordena!”
Viva a CDU
Antero Resende 5/04/2013