Uma boa parte dos trabalhadores com contratos precários desempenha tarefas permanentes, fazendo falta todos dias nas empresas mas os seus contratos são temporários, trabalham com recibos verdes, em prestação de serviços ou mesmo em bolsas de formação num ciclo de precariedade infernal.

É precisamente isso que se tem passado com muitos formandos, sobretudo jovens, dos diversos Centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional que, depois de frequentarem sucessivos cursos, acabam por não alcançar nenhuma saída profissional, engrossando sim os números do desemprego e da precariedade.

Como prova de que a precariedade é mesmo um fenómeno em alastramento, até entre os professores e formadores externos a precariedade atinge níveis inaceitáveis, tanto pelo número de trabalhadores abrangidos, como no tipo de contratos de trabalho celebrados, que no caso dos formadores externos configura uma situação de verdadeira praça de jorna, assumindo os vínculos a forma de contratos de prestação de serviço à tarefa, vulgo "recibos verdes".

Tendo em conta as perspectivas existentes relativas ao QREN (fundos europeus), nomeadamente ao objectivo nacional de elevação das qualificações dos portugueses e de abaixamento da taxa de abandono precoce, é fundamental que com estes trabalhadores, professores e formadores externos, sejam celebrados vínculos de trabalho dignos e condizentes com a responsabilidade social que sobre eles recai.

Foi pois com o objectivo de alertar e denunciar todo este flagelo que activistas do PCP estiveram recentemente em contacto com os formandos e trabalhadores do Centro de Rio Meão daquele Instituto distribuindo o folheto que dá suporte à acção " Mais Direitos, Mais Futuro, Não à Precariedade! "

O Gabinete de Imprensa da DORAV do PCP
Aveiro, 23 de Maio de 2016