Teve lugar no sábado passado um plenário de militantes do PCP no concelho de Stª Mª da Feira destinado a debater o actual momento político e em particular a situação social e laboral que aqui se agrava dia a dia, bem como o plano de acções e iniciativas programadas para o ano em curso com um calendário, como é reconhecido, extremamente complexo e exigente.
Carlos Gonçalves, membro da Comissão Política do Comité Central e novo responsável pela organização regional de Aveiro do PCP, também presente neste plenário e numa breve síntese, realçou os aspectos fundamentais do actual panorama político no país. Os efeitos devastadores de sucessivas políticas de direita, que o governo PS/ Sócrates aprofunda ainda mais, estão à vista de todos: mais desemprego; mais precariedade; mais injustiças. Inserem-se na crise profunda do sistema capitalista e na presente ofensiva global contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.
Isso mesmo foi confirmado e desenvolvido pelas dezenas de intervenções e contributos dos comunistas feirenses que, de viva voz, transmitiram as suas preocupações face à deterioração social que grassa no concelho. A juntar aos já milhares de desempregados, nos últimos dias novos despedimentos colectivos, atrasos nos pagamentos de salários, processos de lay-off e falências, em muitos casos de carácter duvidoso, etc. que estão a pôr em causa o seu próprio equilíbrio e tecido social.
Mas, ao contrário do que se tenta "vender", nada disto era inevitável e tem responsáveis óbvios: políticas e orientações ao serviço dos grandes interesses e grupos económicos, que se tentam aproveitar agora da situação para concentrar ainda mais o seu poder, asfixiar as empresas de pequena e média dimensão, despedir a seu belo prazer, maximizar os lucros à custa da maior exploração e discriminação. O que se está a passar no sector da cortiça é disso eloquente e escandaloso exemplo. Na precisa altura em que são conhecidos os 10,8 milhões de euros de lucro da Corticeira Amorim, relativos aos 9 primeiros meses de 2008, vem esta empresa anunciar o despedimento de quase 200 trabalhadores. Verdadeiramente imoral e, tudo indica, ilegal, já que foi este mesmo grupo que beneficiou de avultados apoios do Estado e comunitários, isenções fiscais de toda a ordem, protocolos e contratos de investimento para criação de postos de trabalho ainda vigentes, que não pode portanto ignorar ou desrespeitar.
O plenário saudou e solidarizou-se com os trabalhadores corticeiros em luta pela defesa dos seus legítimos direitos, constitucionalmente consagrados (direito ao trabalho e ao salário). Em especial quando se desenvolve, a par da desregulamentação das relações laborais que o novo Código do Trabalho tenta impor, uma intensa campanha politica e ideológica contra esses mesmos direitos e conquistas sociais.
Foi esse apoio e solidariedade que Ilda Figueiredo, deputada comunista no Parlamento Europeu, acompanhada por vários dirigentes regionais e concelhios do PCP, transmitiu na sua intervenção aos trabalhadores corticeiros concentrados na vigília do próprio sábado, junto da Associação Patronal, reivindicando aquilo a que têm direito, numa prova vibrante de grande unidade e combatividade.
É também neste quadro e no âmbito da campanha do PCP em curso” Sim é possível uma vida melhor “ que se vai realizar um comício no próximo sábado, 14 de Fevereiro, às 15 horas, no Auditório da Junta Freguesia de Lourosa, em defesa do aparelho produtivo do Distrito de Aveiro, com a participação de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.
Por fim, o referido plenário aprovou o conjunto de iniciativas e acções do Partido no concelho, tendo em conta o intenso e exigente calendário eleitoral, bem como as medidas orgânicas com vista ao seu reforço e maior implantação.