1 - Caso seja eleito à Assembleia da República pelo círculo de Aveiro, aceitará votar em desacordo com a disciplina partidária, estando em causa a defesa primordial dos interesses do seu Concelho e/ou do seu Distrito, contrariando assim quaisquer indicações oriundas da direção do seu Grupo Parlamentar?

Tal situação nunca se colocará aos eleitos da Coligação Democrática Unitária pois, as decisões que os eleitos da CDU tomam são sempre após ouvirem as populações, sendo que, as suas posições são sempre na defesa dos interesses e dos anseios dos povos. Se nos lembrarmos que etimologicamente democracia significa «poder do povo», nós ao contrário de outros partidos que após os atos eleitorais se acham donos, durante os mandatos para que foram eleitos, da vontade e do querer daqueles que os elegeram, achamos que sempre que estão em causa linhas políticas definidoras do futuro do país, a palavra deve ser devolvida aos cidadãos. Na realidade, ir a uma mesa de voto colocar uma cruz num boletim e colocá-lo numa urna, não é decididamente dar poder ao povo. E tão-pouco se aceitará que é dar a palavra ao povo e que, a partir daí se fica mandatado para todo e qualquer fim ou efeito. Quando propusemos que se confirmasse através de referendo, questões tão importantes como a adesão à UE ou mais tarde a adesão à união monetária, vulgo euro, aqueles que nos governavam achavam-se mandatados para decidir pelo povo, não fomos ouvidos e hoje o futuro do país encontra-se num verdadeiro espartilho estrangulador, motivado por esse ato irracional de partidocracia, levado a efeito por aqueles que se auto intitulam de partidos do arco do poder, PS e PSD e seu ajudante de lides CDS.

2 – Para além do que a Assembleia da República concede já aos seus deputados (um dia – segundas-feiras – para se dedicarem a ações de trabalho no território do círculo eleitoral que representam), admite poder receber os eleitores do Círculo de Aveiro, a fim de – querendo eles – prestar-lhes contas da sua atividade na AR? (justificando opções, tomadas de posição, sentido de voto, etc.)?

Os eleitos da CDU são cidadãos com provas dadas e são escolhidos para servirem o povo. Um deputado da coligação a que me orgulho de pertencer, para lá do facto de após eleito ser um representante da nação é, sempre, um interlocutor privilegiado da região que o elegeu e que representa. Mesmo sem nenhum deputado eleito pelo círculo eleitoral de Aveiro, os deputados eleitos pelo PCP e pelos ecologistas de “Os Verdes” foram, no entanto, os que mais intervieram na AR em defesa do nosso distrito. Durante a legislatura que agora termina, os deputados comunistas e ecologistas apresentaram perguntas ao Governo sobre assuntos de interesse para as populações do distrito, projetos de Lei e de Resolução, e realizaram inúmeras visitas e jornadas de trabalho na região, no sentido de melhor conhecerem os problemas e assim melhor intervirem no sentido da sua resolução. O conjunto das várias dezenas de interpelações, intervenções e iniciativas legislativas dos eleitos dos partidos que constituem a CDU assentaram sobre diversos problemas nas áreas dos serviços públicos da Saúde, da Educação, da Segurança Social e da Justiça, do desenvolvimento da região, nomeadamente sobre a agricultura, as pescas e os apoios aos pequenos e médios empresários, sobre os direitos dos trabalhadores e a mobilidade das populações, entre outros.

Palavras para quê o nosso trabalho fala por nós!

 

 

Antero Resende