(artigo destinado a publicação na secção "Observatório", do jornal «Notícias de Lourosa», a convite do periódico)

Ouvi de alguém, que não sei precisar o nome, que “ escrever era saber lidar com as palavras “. Pode até parecer que assim é, mas em meu entender contrario tal parecer.

Para se escrever algo que capte o interesse do grande público é necessário sabedoria, conhecimento e estar atento ao que se vai passando à nossa volta, no nosso meio habitacional.

É preciso saber ler o acontecimento para, depois, o descrever convenientemente.

Vem este pequeno intróito a propósito de quê?

Muito simplesmente por isto. Foi-me solicitado que ocupasse um pequeno espaço neste jornal para dissertar, livremente, sobre os mais variados problemas que tenham a ver com a cidade de Lourosa. E será que não ocorrem mesmo coisas que fazem despertar a nossa sensibilidade? Pois bem. Antes de mais, queria lembrá-los que não sou “ um grande homem de letras “e que o meu suporte literário não é assim tão forte quanto o desejável a uma pessoa de “letras“. Todavia, como cidadão responsável e comprometido no meio, que luta contra o analfabetismo e a indiferença, com uma certa militância e alguma justificada experiência de vida, decidi aceitar mais este desafio.

E para iniciar tão edificante tarefa, nada como começar pela “nossa própria casa, ou seja: da colectividade de que sou membro e encenador. Assim sendo, vou descrever-vos, em minha opinião e com as devidas cautelas, as actividades e dificuldades por que passam as associações culturais e neste caso o Grupo Cénico de Lourosa – GCL- como passarei a designá-lo a partir de agora.

É do domínio público que actividade do GCL assenta no Teatro e na Música e que, no momento actual, tem em cena, pronto para representação, a peça “ Frei Luís de Sousa “, de Almeida Garrett e, em “oficina “ uma outra peça do mesmo autor.

É também do conhecimento geral que na área musical existia uma grupo de “variedades “ mas, no momento inactivo. Em contrapartida, há cerca de um ano, foi constituída com o incentivo e apoio do GCL uma “ Banda de música Pop “, banda essa que criou o seu próprio reportório, com músicas e letras da sua autoria.

Quero salientar, ainda, que tal como a maioria das colectividades do concelho, o GCL tem as suas dificuldades económicas e que, para a realização das suas actividades conta com o apoio da Câmara, Junta de Freguesia, Federação das Colectividades e de outras entidades.

Mas o mais importante e a mais premente de todas as dificuldades é a falta de um local próprio para a realização dos seus eventos.

Tenho conhecimento que existe um terreno e um projecto devidamente elaborado para a construção da desejada SEDE, mas que tudo tem estado condicionado pela falta de acessos ao referido terreno.

Há, para já, a promessa que, muito brevemente, se iriam iniciar os trabalhos para abertura dos respectivos acessos.

Entretanto, e até ao momento actual, temos tido o beneplácito da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Lourosa para ensaiar e apresentar os nossos espectáculos nas suas instalações.

Ora, como a cultura é um bem que deve estar ao alcance de todos, seria de bom tom que, quem detem o poder decisório se achasse também na obrigação de apoiar tais realizações e se revi-se nestes empreendimentos e concedesse o tão desejado apoio.

Era a colectividade, a cidade e o concelho que sairiam mais engrandecidos e, como se usa dizer: a cultura e todos nós os grandes beneficiados!

 

Manuel Pimenta