(artigo destinado a publicação na secção "Observatório", do jornal «Notícias de Lourosa», a convite do periódico)

Estamos a caminho do fim da primeira década deste século. Somos uma pequena parcela desta Europa que se quer fértil e desenvolvida, progressista e tecnologicamente avançada.

Queremos um viver livre, sem tutelas, nem dependências, com um certo equilíbrio económico e, civilizadamente, dentro dos mais notáveis padrões de democracia.

É tão lógico quão natural, que todos desejem ver a sua terra a crescer e desenvolver-se de forma bela e harmoniosa. E será, certamente, este o desejo de todos os Lourosenses.

Um nome, todo ele, salpicado de poesia.

Um nome, que, em meu entender, assenta num simbolismo conjugado em duas aromáticas fragâncias: Louro e Rosa.

Direi mesmo que é uma boa conjugação poética.

Ora, não basta ter-se um belo nome, ser grande, bem estruturada e com capacidade para alojar muita gente. É preciso, é fundamental, estar sempre limpa, asseada e verdadeiramente acolhedora.

Contudo, contrastando com toda a simbologia até agora usada, confrontamo-nos com um cenário nada brilhante, direi desolador: casas degradadas, que viraram “ albergue “ de todo o tipo de bicharada – gatos, cães, pulgas, carraças, baratas, piolhos e uma imensidão de outros insectos.

Casas essas que, não obstante o lixo, a bicharada e os cheiros nauseabundos que exalam, mesmo assim servem de abrigo a desatinados jovens que as aproveitam para, circunstancialmente, se drogarem ou prostituírem.

Este estado de coisas tem só um nome: duplo atentado à saúde pública.

Lamentavelmente, a falta de brio e de zelo pelo asseio da nossa cidade não fica por aqui.

Há mais. Querem ver como é?

Façam uma passeata usando o “ olho de turista “ e procurem descortinar o que vos rodeia, então, sentir-se-ão tão incomodados quanto eu.

O lixo é às carradas em tudo quanto é curso de água. Os montes, sobranceiros às ruas, autênticas lixeiras, coisa repugnante.

As estradas, ruas e passeios, principalmente aos fins-de-semana, ficam uma lástima. Eles são embalagens de cigarros, iogurtes, do fast-food, tipo Mac Donalds, latas, garrafas e um sem número de plásticos – praga que o nosso sistema ecológico já não aguenta – dada a sua lenta e demorada degradação.

Poderão também deparar-se com as celebérrimas ”beatas” e as malfadadas ( para os jovens adoráveis ) pastilhas elásticas, que tão confrangedor aspecto dão aos pavimentos.

Como se depreende, do que vem sendo dito, não há edilidade que se aguente com tais situações se, todos nós, não nos esforçarmos por cumprir uma das mais elementares regras de boa educação: NÃO SUJAR ! E, como é coisa pública, pertença de todos, maior é a legitimidade para exigirmos que tal regra seja respeitada.

Tenho a ideia de que quase toda a gente tem conhecimento das calamidades que estão grassando pelo mundo. Ainda há dias aconteceram devastadoras inundações na Colômbia que fizeram dezenas de mortos.

Outrora, estas ocorrências, eram fruto da própria mãe Natureza.

Hoje elas têm origem na mão do homem. A sua mórbida avidez está a encaminhar este planeta para o caos, para a destruição.

Pois se, tal como diz o ditado popular: “ É de pequenino que se torce o pepino “. Seja exemplo! Não suje, nem permita que os outros o façam.

Esteja atento e vigilante para que a nossa cidade se mantenha limpa, asseada e acolhedora.

Manuel Pimenta