Manuel Pimenta

Votar é um acto político. E é pelos actos políticos – pelo que fiz – sermos pelo povo – que se avaliarão as acções partidárias.

Votar é importante, mas mais importante, digo eu, é analisar em pormenor as realidades nas quais se transformaram as promessas daqueles em que depositamos a nossa confiança. Saber como respeitaram os adversários políticos, o que fizeram das sugestões das populações quando da campanha eleitoral. Saber como gastaram os dinheiros dos nossos impostos (pagos com sacrifício). Saber que a Saúde temos, que Ensino têm os nossos filhos, que Reforma têm os nossos familiares mais idosos, em que realizações foram gastos subsídios e empréstimos que pagamos. Em suma, saber das coisas cá de dentro (país) e das que se dizem e fazem em nosso nome, por essa Europa fora e pelo mundo?


 
Ainda há por aí, muita gente com a “tentaria” de pensar que a breve prazo, aparecerão uns quantos “iluminados” que com palavras e actos “mágicos” resolverão com sucesso os problemas de todo o povo. Grande ilusão. Puro engano! A democratização e o desenvolvimento económico e social só se consegue levar a cabo com verdadeiros democratas, gente séria, honesta, que desça do seu “pedestal” ao seu povo, e oiça e faça um levantamento dos seus reais problemas, de forma permanente, dia-a-dia, buscando soluções possíveis e adequadas, e que não apareçam só quando das Eleições, à procura de voto que os elegerá!

A ausência duma discussão séria e objectiva das carências e dificuldades do povo leva ao protelamento das decisões, atira para as prateleiras de esquecimento aquilo que, às vezes, tanta falta faz. Isso traz a desilusão, a desconfiança, e, não havendo crédito nos partidos, deixará também, de haver a participação do povo. Mas há uma questão pertinente que vos quero deixar: Será que os partidos estarão mesmo interessados na participação do povo?

 

Entretanto, por seu lado, o povo já está farto de tanta falsa promessa, e o que quer é ser ouvido, que o tenham em conta, e sabe, que se não se mexer ninguém o fará por si!

Logo no início destas Eleições, se notou que, quase todos os partidos políticos, estavam mais preocupados com a política nacional e próximas eleições, que com estas para a Europa. Daí os inusitados – para alguns – resultados obtidos, e o aumento significativo da abstenção. As suas intervenções situaram-se nos acontecimentos mais negativos e degradantes da nossa vida social, como os casos de Banca – BBP e BPN – considerados pelo, então, cabeça de Lista do PS como “roubalheira”. Outros, entretiveram-se com o caso Freeport e outros quejandos, que tão má imagem dão do país. Também as medidas do Governo foram classificadas como inadequadas e ineficazes, pois não combatem a crise e seus aspectos danosos e pelo contrário, acentuam as dificuldades financeiras de quem trabalha e aumenta o desemprego, a fome e a miséria.

Todos aqueles que tocados ou vítimas de injustiças devem aprender a tirar as ilações precisas, ver que só unidos devem actuar, pois não é possível libertar os povos destes males, nem construir sociedades mais justas sem que haja uma solidariedade mais concreta e paliçadas com os mais pobres.
 
Temos que pedir contas aos representantes dos poderes económicos e políticos e compromete-los, implicá-los, com novas políticas baseadas em estruturas mais justas e dignificantes, que fomentem novas esperanças e perspectivas para um futuro mais próspero.

Não podemos consentir que certos Srs. Do alto capital, venham pavonear-se perante as câmaras da TV e aproveitem dessa oportunidade para nos “mimarem” com as suas já gastas “cantilenas” de que: “Nesta hora de crise, os trabalhadores, têm de ceder!”

 

Eles, por sua vez nunca o fazem! Impõem, isso sim, as suas ideias e normas conservadoras e arcaicas que patenteiam à evidência quanto é falsa a sua base filosófica.

Diz o povo com razão que: “O sol quando nasce é para todos”. Mas pelo visto, os bens, a riqueza não? Essa é toda deles! Já a crise, os pobres e os trabalhadores que a paguem.

Hoje, existem dezenas de milhões de pessoas na CEE e centenas de milhões no mundo, a quem os ciclos económicos – magros ou gordos – não trarão nada de novo, a não ser, a continuação das injustas situações de fome e de miséria. Há quem lhes chame até, os “deserdados do progresso tecnológico e do desenvolvimento económico, mas são sobretudo vítimas de capitalismo selvagem, sem rosto e sem regras, que só sabe provocar injustiças e sofrimento.

 

Até há bem pouco tempo, a crise andava lá pelas calendas da África, Ásia e Américas Latina, etc. Depois chegou à Europa, veio por aí fora desgarrada e sem freios, invadindo o Vale do Ave, do Sado e regiões do Alentejo e por fim chegou até nós feirenses. Primeiro foram os Têxteis Vestuário a pagar factura, depois a Metalúrgica e o Calçado e agora a Cortiça. São já aos milhares os trabalhadores vítimas de desemprego e já há crianças a passarem mal e a comerem a única refeição que lhes é dada, na Escola.

É sobejamente sabido, se calhar não por todos, mas a grande maioria sabê-lo-á que os partidos da direita estão infestados pelos homens de grande capital que na sua lógica de ter e de poder só sabem bloquear o desenvolvimento social, restringindo salários e direitos. Mas, quando há Eleições não deixam de se apresentar demagogicamente como sendo a vez dos pobres.

Ora, como a marginalização social não pode ser combatida sem que a acumulação de capitais seja posta em causa, não resta outra coisa que não seja, unirem-se para combater no país e na Europa, os grandes grupos económicos e as multinacionais que são a causa de tanta insegurança e sofrimento, por esse mundo fora.

Um dos meios que têm ao seu alcance é o Voto.

 

Por isso, não o desperdice, não o ofereça em vaso!

Sabe que mais Eleições vão decorrer ao longo deste ano, aproveite pois, para pensar e meditar e quando tiver que usar desse direito, Vote bem!