Manuel Pimenta

Vivemos hoje uma crise financeira tão devastadora que parece não ter mais fim.

Estamos passando um período de insegurança e incerteza quanto ao futuro. Cresce o desemprego e a precariedade e, por arrasto, sobe também o custo de vida, mas os salários, esses não sobem, ao contrário dos encargos e impostos que não param de crescer; o que permite afirmar, sem reservas, que a pobreza veio para ficar.

Sabe-se que há  gente a viver no silêncio isolado de quatro paredes, uma pobreza envergonhada que a todo o custo tenta esconder. São os traumas das sociedades modernas que tanto abrem como limitam os horizontes do povo.

 

Há também jovens que se esfalfam a estudar para adquirirem um curso que lhes garanta uma carreira mais auspiciosa, mas o que acontece? Na sua maioria, estes jovens vêem esfumarem-se as esperanças que os animavam. Pois, quanto muito, a ocupação que encontrarem será de carácter precário, com tempo limitado, desinteressante e com salário mínimo. E, pelo pior, se as alternativas tardam a aparecer, instala-se o desânimo e a vida transforma-se num “ mar “ de lamentações e mal-estar.

Mas alegrem-se, porque, muito brevemente, terão a oportunidade de cortar com esta lamentável situação, exigindo as necessárias medidas pela implementação de novas políticas.

É o esperado e desejado tempo de manifestar o nosso direito à indignação, à contestação e repúdio destas políticas tão ao agrado da direita. Pois diga-se, em abono da verdade, que nem o PSD, quando governo, ousou ir tão longe. Será também tempo de pôr travão aos atropelos que se fazem à justiça – acções que os Snrs bem falantes rotulam de “gestões danosas “, mas que outros não menos sabidos, consideram de “ roubalheira “. Quem terá razão...?

Pois bem! Vamos voltar ao voto, à possibilidade de, mais uma vez, fazer escolhas. Escolhas que esperamos sejam as mais acertadas.

Mas, imagino-me eu, a ver alguns (daqueles que só vêem a vida a andar para trás), de semblante carregado pelas mágoas, a questionarem-se: Votar para quê? Terá algum interesse, algum poder?

 

Com o quadro tão negro que a actual sociedade nos oferece, não será fácil convencer alguém de que o acto “ reflectido e consciente “ de colocar uma cruz num papel com siglas e símbolos chegue a ter algum poder. Mas, por incrível que pareça, tem! Ou antes, terá. Terá o poder de alterar o que vai mal e, acima de tudo, o de incrementar novas políticas.

Todavia, é preciso distinguir bem nas milhares de palavras que soam tão semelhantes, ( até porque, o que hoje é promessa, amanhã, nas “ mãos “ de certas pessoas, é esquecido ), as que têm a ver com a vida concreta do povo, das que não passam de bonitas arengas de embalar.

Todos os partidos dão a entender que estão de acordo que é necessário fazer alguma coisa que aproxime os eleitos dos eleitores. É algo que fica bem no discurso mas, depois na prática a falta de vontade é muito mal disfarçada.

Diz o pregão popular que: “ o que nasce torto, jamais se endireita “. Talvez esta seja uma das razões porque questionamos: haverá alguma coisa que os faça mudar? A não ser que...?

Quanto à CDU, bem podem fazer-lhe a critica, mas terão que reconhecer que sempre foi a força politica que mais se interessou pelo povo e, com ele, carregou os seus problemas.

 

Sabendo que sempre somos nós, os pobres, que pagamos a vida de luxo e as extravagâncias dos ricos, tal como sabemos que seus conceitos burgueses não mudarão, até porque, tudo o que pela pobreza dizem fazer, não é senão aparência e hipocrisia, isso nos faz ver que é a hora de pensar seriamente o queremos fazer pelo futuro da democracia e bem-estar dos nossos filhos.

Então, depois do que leu ainda pensa que não razões para votar e mudar o rumo deste país?!...

Nas próximas eleições contamos consigo!

Manuel Pimenta