Filipe Moreira

De quatro em quatro anos no período antecedente ás eleições até bem perto destas assiste-se de uma forma irritante e constante a um aumento mais que significativo de obras iniciadas por parte de entidades no poder chegando por vezes a forçar inaugurações numa tentativa a meu ver desesperada de mostrar trabalho ao eleitorado.

Embora este facto esteja demasiado generalizado por todo o país vejamos o caso da nossa amada cidade fianense. Temos uma ETAR que apesar de ainda não estar em funcionamento por motivos óbvios foi já grandiosamente inaugurada tornando-se capa de campanha de alguns candidatos por este concelho espalhados, a primeira pedra do infantário também lançada muito oportunamente, temos ainda estradas com piso novo em algumas das nossas ruas e muitas mais terão até as eleições (aconselho humildemente a do monte grande já que está num estado deplorável à demasiado tempo), é certo que não estão devidamente pintadas, mas estarão decididamente na altura certa (quinze dias antes das eleições). Temos passeios a serem construídos a velocidade cruzeiro não vá o tempo se esgotar e a obra não estar devidamente pronta. Para dar somente mais um exemplo para não me alongar demasiado vejamos o Monte das Pedreiras que está finalmente revitalizado, até surgiu a tão famigerada escadaria nova.

Este tipo de actos que só  não vê quem não quer ver são demonstrativos de que alguém seguiu o exemplo da cigarra, permanecendo à sombra da palmeira e que agora tenta mostrar trabalho de uma forma no mínimo hipócrita.

É esta a forma que tem vindo a ser utilizada para lançar areia para os olhos mais distraídos e que se deixam apanhar, afim de estes não verem as promessas que de quatro em quatro anos não são cumpridas tornando-se novamente em promessas para os quatro anos futuros.

Lembremo-nos que estamos já  em 2009 e há promessas que contam já demasiadas vezes quatro anos. Demasiado trabalho há a fazer e não pode ser travado por métodos obscenos a que vamos assistindo de quatro em quatro anos e que ao que parece tem garantido a permanência de muitas cigarras no trono.

Filipe Moreira