Ricardo SilvaComo sempre, pensamos que é para o concelho vizinho, mas não foi bem assim!

Quais foram as medidas tomadas, ao longo da semana, para o que se aproximava pelo Gabinete do Serviço Municipal da Protecção Civil?

Foi accionado o Conselho Municipal de Segurança (CMS) para se identificar o cenário de risco e criação de grupos de trabalho para identificação de pontos negros, activação das associações (escuteiros, voluntários do associativismo, alertas para a população em geral e equipas de trabalho da própria Câmara Municipal)? Este conselho tem em regulamento reunir trimestralmente ou aquando de carácter urgência.
São objectivos do CMS:
 a) Contribuir para o aprofundamento do conhecimento da situação de segurança na área do município, através da consulta entre todas as entidades que o constituem;
 b) Formular propostas de solução para os problemas de marginalidade e segurança dos cidadãos no respectivo município e participar em acções de prevenção;
 c) Promover a discussão sobre medidas de combate à criminalidade e à exclusão social do município;
 d) Aprovar pareceres e solicitações a remeter a todas as entidades que julgue oportunos e directamente relacionados com as questões de segurança e inserção social.

A CDU vem alertando para esse facto e tem sido completamente ignorada!


Em Janeiro foram notificados as entidades com assento no CMS para identificação dos membros e conforme convocatória tomariam posse na Assembleia Municipal. Na ordem do dia esse ponto foi simplesmente ignorado!

Esta pequena introdução teve como objectivo alertar para o facto de continuarmos a aguardar o acontecimento para depois actuar, e arranjar uma imensidão de desculpas para o sucedido (e.g. queda da bancada Terra dos Sonhos). Estas entidades a trabalhar em conjunto com Gabinete do Serviço Municipal de Protecção Civil não traria um número bastante elevado de meios? Fica a questão.

Obviamente que não conseguimos antecipar as forças da Natureza e por muito que tentemos prevenir, nunca se conseguirá atingir todos os objectivos, mas conseguimos e isso é garantido minimizá-los ao máximo se houver uma prevenção, planeamento, trabalho conjunto dos agentes da Protecção Civil.

Não pode acontecer como no último fim-de-semana se ficar aguardar os telefonemas da população para as diversas situações e actuar apenas com a “força do telemóvel”! Tive a oportunidade de verificar que, num espaço de 10 minutos num pequeno circuito pela Feira (por mim fotografado) um enorme número de situações que se resolveriam com equipas de trabalho da Câmara Municipal organizado ou com o apoio das nossas associações, dando como exemplo: ecopontos tombados, árvores a obstruir vias, estruturas metálicas, etc.

Não nos podemos esquecer de que existe um grande número de habitantes no concelho com analfabetismo e, muitas vezes, sem acesso aos meios de comunicação e, a simples presença de uma entidade já lhes poderá oferecer a força e a capacidade de segurança que necessitam.

O concelho tem trinta e uma freguesias e não se consegue ser omnipresente, mas temos também trinta e um representantes de freguesias em funções com a sua área de intervenção e capacidade de passagem de informação e actuação.

Coloquemos o ciclo de emergência a funcionar: PREVENÇÃO/MITIGAÇÃO, PREPARAÇÃO, RESPOSTA/INTERVENÇÃO, RECUPERAÇÃO/REABILITAÇÃO.
Um dia não digam que não se alertou, porque a CDU mais uma vez fez questão de o fazer!

Como conclusão queria deixar o meu pesar aos falecimentos ocorridos durante esta intempérie.

Ricardo Silva
Estudante Licenciatura Engenharia da Protecção Civil