Filipe MoreiraNa última Assembleia Municipal o vice-presidente da Câmara (Emídio Sousa) afirmou de uma forma muito convincente que muitos portugueses de concelhos vizinhos escolhiam o concelho de Santa Maria da Feira para habitar devido ao seu elevado nível de Qualidade de Vida (QV). Contudo basta “dar uma vista de olhos” muito de relance pelo estudo efectuado pela Universidade da Beira Interior (apresentado em 2009), para concluirmos que a afirmação do senhor vice-presidente é errónea.

No estudo acima referido apenas foram contabilizados os concelhos do Continente Português (num total de 278 concelhos). Sendo que Stª Mª da Feira se encontra no lugar 184 do ranking (bem abaixo do meio da tabela) com uma queda de 117 lugares comparativamente ao estudo anterior (2007), sinal mais que demonstrativo das más politicas que têm vindo a ser praticadas no nosso concelho.

Dos concelhos vizinhos apenas Arouca e Castelo de Paiva ficam atrás de Stª Mª da Feira. Contudo o facto destes concelhos terem um índice de Qualidade de Vida tão baixo é explicado também no referido estudo, devido ao facto de o país se desenvolver a duas velocidades (Interior vs Litoral).

De referir ainda que São João da Madeira se encontra no 4º lugar do ranking sagrando-se assim o melhor concelho do distrito de Aveiro.

Com estes factos não será de perguntar:
“Será que esses portugueses não escolheram o nosso concelho por este apresentar o valor dos imóveis mais baixo quando comparado com os municípios vizinhos?”

No estudo realizado pela UBI pode ainda ler-se um parágrafo que descreve em resumo o estado do nosso país no que a Qualidade de Vida diz respeito:
 “Da aplicação empírica do estudo conclui-se, no que à situação dos concelhos portugueses nas diferentes áreas temáticas diz respeito, que existem apenas poucas áreas (num total de quinze) em que a situação se apresenta positiva. Apesar da existência de algumas áreas em que a situação é neutra, a maioria revela uma situação deficitária de grande parte dos concelhos portugueses pelo que, em termos gerais, não se pode considerar animador o cenário do país em termos de desenvolvimento económico e social ou de qualidade de vida no sentido mais amplo”.

Filipe T. Moreira
Estudante do Ensino Superior