Filipe Tavares MoreiraNum percurso que vai já longo demais e sempre pautado por politicas de direita a certa altura (2007) o nosso amado Governo “socratiano”, apoiado pelos do costume, teve a sensatez de criar os empréstimos bancários para estudantes. “Que maravilhosa ideia” disseram alguns, a verdade é que “esses alguns” tinham um nome de que todos já ouviram falar, banca.

Essa tal banca nem perdeu tempo em lançar dispendiosas campanhas de publicidade junto das universidades com o intento de captar jovens para esta solução milagrosa para todos os seus problemas económicos.

A verdade é que poucos acreditaram que esta fosse a verdadeira solução, contudo muitos foram obrigados a recorrerem a ela, não por vontade própria mas porque o próprio governo os foi empurrando para uma situação demasiado precária.

O maior de todos os empurrões surgiu no ano passado no âmbito dos PEC em que para alem de muitos outros cortes, o governo alterou o regulamento de bolsas de acção social tornando-o mais injusto e desigual onde se prevê um corte entre 30 % a 40% dos jovens abrangidos.

Este facto aliado aos cortes nos abonos, ao desemprego, à precariedade, à subida dos impostos, ao aumento dos bens de consumo, aos cortes salariais, à retirada dos subsídios de desemprego, ao aumento exagerado das propinas nos últimos anos e ao facto de que segundo a OCDE Portugal é o país da Zona Euro em que as famílias mais desembolsam para financiar o Ensino Superior … faz como é óbvio que os estudantes sejam obrigados a recorrer aos tão famigerados empréstimos.

Empréstimos estes que só contribuem para o aumento do lucro da banca que ultrapassa já os 5 milhões de euros por dia (BES, BPI, Santander, CGD e BCP). Mais de 12 mil jovens recorreram já a este tipo de empréstimos devendo no total à banca mais de 130 milhões de euros.
Esta atitude que o Governo tomou em 2007 e que tem vindo a reforçar ao longo dos anos contribui para minar as gerações mais novas e com mais dificuldades económicas, pois os jovens um ano após terminarem os estudos têm que começar a apagar o empréstimo contraído (quer tenham emprego ou não).

Ou seja, os filhos de famílias mais carenciadas que tem como é evidente também mais dificuldades económicas no início da vida profissional e mais dificuldade em arranjarem inicialmente emprego vêem já as suas vidas hipotecadas mesmo antes de terminarem os estudos.
Obrigado senhor Governo por minar o nosso desenvolvimento e por hipotecar as próximas gerações em favor de uma banca milionária e corrupta.

 

Filipe Tavares Moreira

Membro da DCES da JCP e da Comissao Concelhia do PCP de Stª Mª da Feira