Com um desemprego registado de 9 317, sempre maior nas mulheres, significando que os números reais estão bem acima do desemprego registado – muitas pessoas não estão inscritas nos centros de emprego, outras sempre trabalharam informalmente, muitas estão nas acções de formação do IEFP que mais não são do que uma cortina de fumo para diminuir as estatísticas, os inactivos, os desmotivados (todos estes ficam de fora da estatística como se nem de pessoas se tratassem), enquanto que os desempregados são tratados como criminosos, obrigados às apresentações quinzenais e sempre a mendigar um carimbo (ou até mesmo a pagar por ele).

Entretanto, mais de metade não tem qualquer subsídio ou rendimento (vivem do ar, talvez) porque os Governos PS, PSD e CDS não param e cortar e cortar, agora ainda lhe sobrepõem mais taxas aos que recebem (sendo um roubo àquilo que já descontaram), aplicando a mesma fórmula aos reformados e aposentados que já não sabem o que fazer tanto lhes é o dinheiro roubado mensalmente pelo Governo, esse mesmo, que põe e dispõe, não cumpre as leis que ele próprio faz nem sequer as decisões judiciais o que o torna um verdadeiro fora-da-lei.

É preciso notar que cada vez mais se agudiza a pobreza e o conflito entre classes sociais. A célebre frase de que o «o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre» é cada vez mais actual.

Ainda esta semana o Grupo Amorim foi notícia por estar numa exposição internacional com um produto inovador e único, feito com a força de trabalho de pessoas, pessoas que são despedidas por vagas e às centenas, com salários de miséria e em que as mulheres, pelo mesmo trabalho ainda ganham menos 37 euros do que os homens. Mas isto não passou na televisão nessa reportagem.

Também a Ecco, depois de despedir centenas de trabalhadores, volta a contratá-los, agora a termo, em situação de ilegalidade, e passam completamente impunes enquanto os trabalhadores, particularmente os jovens, se sujeitam a tudo para poderem sobreviver.

Está na hora de acordar. De levantar a cabeça porque o povo quando se une não sabe a força que tem. É ainda o povo quem mais ordena, sempre foi e sempre será e «os grandes só parecem grandes porque estamos de joelhos».[1]

Pois é altura de chegar ao fim da estrada, unidos como os dedos da mão como afirmava o nosso Lopes Graça e dar um sinal a este governo e aos partidos que apoiam as suas políticas – PSD, CDS e PS – que basta. É tempo de serem demitidos. E é por isso que todos e todas deverão mostrar essa mesma união no próximo dia 27 de Junho, resistindo a estes ataques violentos e brutais, parando para que o país avance, fazendo uma grandiosa Greve Geral!

Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena.

Lúcia Gomes

Eleita da CDU na Assembleia Municipal da Feira



[1] “Big” Jim Larkin, dirigente sindical, republicano, defensor da República Irlandesa