Este Governo sem grande rumo e dotado de uma falta de humildade exacerbada leva já dois anos de existência. Nestes dois anos, este Governo que metaforicamente se assemelha a uma lapa pela dificuldade que tem em largar o poder mesmo quando todas a suas previsões falharam, pela negativa, e não tendo consigo a base social que o elegeu.

O resultado desta parceria Coelho/Portas gerou em dois anos:

·         430mil desempregados (o que perfaz cerca de 1 milhão e 400mil portugueses sem emprego);

·         uma quebra do consumo das famílias de cerca de 10%;

·         uma quebra do salário real de 9,2%;

·         uma recessão de 5,5%;

·         uma emigração forçada de 250mil portugueses;

·         um aumento da dívida pública que está já nos 202 mil milhões de euros (mais 48 mil milhões que em 2011).

Para além destes números temos ainda as falsas licenciaturas, os currículos deturpados, as mentiras por várias vezes desmascaradas na comunicação social, as contratações duvidosas, a destruição do que de bom se tinha feito na educação, a venda aos desbarato das empresas do Estado e ainda a hipocrisia de culpabilizar, entre outras coisas, as condições meteorológicas pela má governança. 

Talvez seja por este sinopse de resultados, que os candidatos laranjas às autárquicas tentam, em certa medida, desvincular-se do seu partido e dissimular as simbologias que os ligam ao mesmo. Não é que estes (autarcas) estejam contra as medidas exercidas pelo Governo, mas simplesmente porque sabem os sacrifícios que impuseram aos portugueses e que isso se poderá refletir nas eleições de setembro.

O que me leva a declarar que estes autarcas não estão contra as medidas do Governo central é o facto destes nunca se terem manifestado contra essas mesmas medidas e o facto de as terem acarretado sem reclamar. É caso para afirmar “quem cala consente”. Vejamos no caso da extinção de freguesias em que na generalidade nenhum dos autarcas laranja se manifestou publicamente contra. Neste caso da extinção de freguesias não podemos esquecer a responsabilidade do PS, também, pois com a atitude que teve na Câmara de Lisboa deu o mote para que esta reforma avançasse.

Quem está contra as políticas que se têm realizado no nosso Portugal não deve votar PSD ou CDS, faze-lo é dar apoio e consentimento a essas mesmas políticas destrutivas. É a oportunidade de com o voto dizer não a este Governo.

Se estes dois partidos, cujos candidatos se desmarcam apenas nos outdoors, obtiverem resultados considerados positivos nestas eleições que se avizinham isso será usado pelo Governo central e por esses partidos para legitimar as más politicas que têm vindo a efetuar e as que ainda não efetuaram, mas têm em agenda.

Em tão poucas alturas da nossa democracia o voto foi tão importante.

 

Fiães, 26 de junho

 Filipe T. Moreira

Membro da Comissão Concelhia do PCP de Stª Mª da Feira