Nos primórdios da sua existência o ser Homem, relacionava-se com a natureza como todos os outros elementos que a compunham, sendo simplesmente mais um elemento da cadeia da vida no planeta. Essa relação foi-se modificando sendo que, atualmente a degradação ambiental é de tal ordem que se torna imprescindível o Homem repensar a sua relação com o meio ambiente sobre pena de se atingir um ponto irreversível, ficando em causa a sua própria existência.
 
 A água, sendo um recurso renovável, que se encontra sempre em contínuo movimento no seu ciclo natural, tem sofrido alterações tão significativas na sua qualidade, que começa a ser posta em causa a sua utilização por parte da universalidade dos seres vivos.
 
As águas interiores, onde se englobam entre outros os ribeiros e os rios, têm sofrido a ação destrutiva dos efluentes que lhe são despejados. Ora, nos termos da Diretiva Comunitária de 1991, os sistemas de tratamento terciário das águas residuais deveriam ter sido instalados até ao final de 1998. Estão nesta situação degradante a quase generalidade das linhas de água do concelho da Feira, onde os efluentes domésticos, industriais, das explorações agropecuárias, etc., são vazados diretamente no seu leito, apesar de segundo nos dizem em “outdoors”, se terem gasto muitos milhões para que tal não acontecesse. Porquê?
 
Esta poluição acumula-se nas águas de superfície e de subsolo, constituindo-se como um grave problema para a qualidade dessas águas, bem como para aqueles que delas dependem. Que o digam as populações de toda a zona da bacia da ribeira de Riomaior, muito particularmente os residentes de Lourosa e Riomeão que coabitam com lençóis freáticos envenenados. Do aparecimento deste problema de saúde pública, ao aparecimento de interesses capitalistas que viram aqui uma oportunidade de exploração numa lógica comercial, foi um ápice. A Org. Mundial do Comércio deu a opinião, e logo a Feira à cabeça enveredou por esta via de se fazer da água um mero produto do mercantilismo. Desse facto, entretanto consumado pelo PSD com o apoio do CDS e socialistas, nunca poderão ser assacadas responsabilidades à CDU Feira, que foi a única força política a votar contra a concessão a privados, dos sistemas de água e saneamento do concelho. Numa resposta da Comissão Europeia à Holanda, que inquirida sobre a obrigatoriedade da concessão dos sistemas de distribuição de água a privados, a mesma respondeu negativamente, tendo o país das tulipas optado pelos sistemas públicos de água e saneamento. Na Alemanha onde só agora se começa a colocar esta questão, pois algumas regiões ou “Länder” na procura de casos para analisar e assim ponderar a concessão a privados, visitaram regiões de Portugal e concluíram, que a concessão não melhora a eficácia do serviço, nem o preço ou a qualidade da água. Para nós, a concessão da água à Indáqua Feira por parte do PSD foi um erro grosseiro, que urge inverter.
 
Por outro lado, no capítulo dos resíduos sólidos domésticos, o PSD feirense continua a varrer o lixo para debaixo do tapete, para cumprir simplesmente a lei, optando por um sistema de recolhas retrógrado, desajustado, injusto e ambientalmente ultrapassado. Sempre fomos fraturantes e propusemos a recolha seletiva no domicílio dos munícipes, como aliás fez recentemente o município da Maia que distribuiu 77 mil ecopontos domésticos e passou a liderar nos resíduos recicláveis a nível nacional. Lucrou o ambiente e os munícipes que passaram a pagar menos 30% na fatura do lixo. Isto tudo foi feito com um investimento de 1,2 milhões de euros um pouco menos do que o custo da magnifica praia da Mamoa que custou 1,3 milhões.