O termo acessibilidades é um termo bastante amplo mas que se quisermos se pode circunscrever como uma condição essencial para o pleno exercício dos direitos das pessoas, tenham elas deficiência ou não. As acessibilidades abrangem um conjunto muito diverso de situações que vão desde as ajudas técnicas ao acesso aos edifícios, às vias de comunicação ou de mobilidade e, mais recentemente, vão-se incluindo as novas tecnologias de informação no domínio das acessibilidades.
 
Vou seguir a análise na vertente que entronca no advento do automóvel que mudou radicalmente o nosso mundo, o nosso espaço urbano, a nossa vida e o próprio Homem, a vários níveis. De facto, o crescimento exponencial do trânsito automóvel, agravado pela falta de investimento e de aposta que tem existido a nível dos transportes públicos coletivos, trouxe consigo problemas graves, tão variados como o congestionamento de trânsito, a sinistralidade rodoviária e vários problemas de saúde pública causados pela poluição e não só. Além disso, condicionou o ordenamento viário e urbano, roubando tantas vezes espaço aos peões.
 
O município da Feira está num meio rural de transição ou de charneira entre os núcleos urbanos de Aveiro e Porto, assim a acessibilidade é uma questão essencial, diria mesmo fundamental na sociedade atual, sendo que, cada vez mais as pessoas têm necessidade de se deslocar.
 
Para nós a mobilidade e a acessibilidade estão diretamente condicionadas pelo planeamento. Onde é que se constrói a habitação, onde é que constroem os locais de emprego, onde se situam os principais centros de comercio, onde se localizam as unidades hospitalares, etc. Esta reflexão e planeamento básicos, em 38 anos de poder local laranja nunca foram feitos, o Plano Diretor Municipal, vulgo PDM, eclipsou-se para parte incerta. É sui generis o facto de termos um centro histórico onde passam e aparcam os transportes individuais e onde é proibida a passagem aos transportes coletivos.
 
Assumindo que a política de transportes e mobilidade não se resume a medidas de circulação e estacionamento, mas à necessidade da convergência de medidas e iniciativas diversas de sensibilização e informação, de ordenamento e gestão do território, entre outras:
Somos favoráveis a uma Comissão Municipal de Trânsito e implementaremos um Plano de Circulação, Transportes e Estacionamento do Município. Esse plano será consubstanciado nas propostas do PDM e passará entre outras opções, pela qualificação da rede viária existente, pela criação de novas acessibilidades e pela implementação de medidas complementares de circulação, como a sinalética rodoviária, informativa e de estacionamento.
 
A fim de entrosar com a filosofia e os objetivos descritos, apostaremos primeiramente na construção e funcionamento em pleno de uma “Estação Central Rodoviária”, em articulação com a via-férrea do Vale do Vouga.
 
Afigura-se-nos que dada a forma do território feirense que se assemelha a um triângulo, o mais realista será estabelecer para o “Transfeira” que assumidamente defendemos, a circulação em três percursos que se posicionariam de acordo com esses três vértices e se entrecruzarão na Estação Central Rodoviária. Continuaremos a reivindicar junto da Administração Central no sentido da modernização da linha férrea e das respetivas estações ferroviárias e apeadeiros. 
 
Somos também apologistas do incentivo ao uso dos transportes suaves, pelo que iremos traçar percursos de ciclovias de raiz, percursos pedestres, ou implementar traçados nas vias existentes que o permitam.