Convém, antes de mais, referir que de forma gradual o turismo é o setor da economia que mais cresce na atualidade, já tendo atingido o status de principal atividade económica no mundo. 

Com designações várias, ele pode ser classificado de turismo ecológico ou ecoturismo, turismo cultural, turismo científico, agroturismo, turismo de aventura, turismo pedagógico, turismo social, turismo de negócios, turismo desportivo, turismo nacional, turismo sexual, turismo para terceira idade e mais recentemente turismo de saúde. Faz-se turismo de descanso, de diversão, para aprender, com fiz laborais ou de trabalho, aperfeiçoamento profissional entre muitos outros. 
 
Ora, grande parte dos municípios portugueses possuem atrativos naturais ou endógenos que justificam a vocação para o turismo. Não me parecendo que seja o caso do nosso município, não deixa de ser sintomático o facto de o poder em Santa Maria da Feira nunca ter cuidado da manutenção da identidade cultural dos lugares, das freguesias, ou sequer, do património construído. Arrastou-se de devaneio em devaneio terminando por auto exclusão das regiões de turismo nacionais. Fora de qualquer rede de promoção turística nacional, a Feira optou com relativo sucesso e por mera obra do acaso pelo redespertar dos valores culturais, valorizando as manifestações antropológicas, religiosas, artísticas, folclóricas, artesanais e históricas. Dir-se-ia que foi um apelo às raízes históricas que nos fundaram no passado. Sendo sem duvida uma opção de coração e não a discutimos, é no entanto uma opção pelos valores culturais que não se reflete num melhor conhecimento da região, ou sequer de uma determinada época ou estilo de vida das Terras da Feira. A atividade turística em terras da Feira é descontínua e desenraizada da população, desconexa e sazonal e maioritariamente de época alta, pelo que assim propomos:
 
Que o município da Feira passe a fazer parte integrante e ativa de uma das associações de turismo nacionais; 
Que através dessa federação possa o município rejeitar como a generalidade das entidades do setor do turismo o fizeram, o crescimento do IVA para 23% e, a exigência da reposição do mesmo na taxa intermédia de 13%, nomeadamente para o setor da restauração;
Que se reinstale e revitalize a prestigiada Escola de Hotelaria e Turismo de Santa Maria da Feira, em instalações condignas. A  EHTSMF formou já cerca de 1000 profissionais em mais de 20 anos de existência e tinha uma taxa de 100% de empregabilidade;
Que se criem cursos na área das expressões e artes de rua nos nossos agrupamentos e estabelecimentos de ensino (inexistentes de momento);
Que se crie uma rede de transportes públicos efetiva, que permita aos munícipes e potenciais turistas uma mobilidade eficiente dentro do município; 
Dar corpo a um projeto de Turismo Ativo que se propunha criar nas marginais dos nossos rios e ribeiras acima do seu leito de cheia, zonas pedonais, com o objetivo de alargar o usufruto da paisagem aos apreciadores da Natureza;
Implementação de uma rede de ciclovias no município, interligadas a outas existentes na região pois, o cicloturismo está em crescente expansão, é uma forma sustentável de turismo com ganhos económicos apreciáveis. A Alemanha calcula os seus ganhos anuais, neste campo, em cerca de 5 mil milhões de euros/ano; 
Despoluição do Rio Inha, adaptando-o a pista de remo;
Requalificação ambiental da Quinta do Castelo, em Santa Maria da Feira enquadrando-a com o projeto da ribeira do Cáster;
Requalificação da linha ferroviária do Vouga, criando-se posteriormente percursos históricos de carácter turístico.