Nos últimos dias tenho observado uns senhores a passearem-se com uns sacos de médio porte no braço, um pouco por todo o concelho. No início pensei tratar-se de vendedores ambulantes. Rapidamente me apercebi que estava errado.
 
Não era nada mais nada menos que indivíduos de partidos políticos que andavam a distribuir t-shirts, canetas, lápis, réguas, luvas e mais umas quantas coisas muito úteis à discussão política.
 
Sim, porque numa altura de campanha eleitoral deve-se distribuir este tipo de materiais, a discussão política é coisa que vem em segundo ou talvez até terceiro plano.
 
Este tipo de atitudes levadas a cabo pelos partidos ditos do “arco do poder” reflecte em toda a essência a forma como encaram a política. Para eles a política é algo de mero entretenimento, onde o que conta são as mega campanhas de marketing que obliteram os reais problemas da sociedade e do concelho em geral.
 
A discussão dos problemas reais, das propostas, das ideias, das possíveis soluções e daquilo que foi prometido, mas não foi cumprido não é, para eles, relevante. Na verdade não é relevante, porque caso a discussão acontecesse realmente, esses mesmos partidos políticos sairiam a perder. Talvez por essa razão alguns candidatos à Câmara Municipal se recusem a participar em mais do que um debate.
 
É do conhecimento geral que quando se realizam campanhas massivas de marketing é porque se pretende vender um produto que na realidade por si só não tem capacidade de ser vendido. Além disso, nas campanhas de marketing usa-se uma visão metafórica que apenas explana os aspectos positivos do produto a vender.
 
Reflectindo um pouco, rapidamente se conclui que o que estes partidos têm de bom reduz-se à luvinha de cozinha de cor vistosa.
 
Em jeito de conclusão, o que mais me entristece é que se gastem milhares de euros em campanhas que nada acrescentam, uma vez que esses mesmos partidos não estão a surgir com novas ideias, limitam-se ao vago. E depois de gastarem milhares de euros, em marketing, organizam caminhadas nocturnas, onde uma vez mais não se discute política, mas pede-se aos participantes para contribuírem com alimentos para doações.
 
Não seria mais fácil reduzir no marketing e contribuírem directamente para a solidariedade? Caso não seja discutindo os problemas que originam essas mesmas necessidades.
 
Fiães, 18 de setembro de 2013
Filipe Moreira
Membro da Comissão Coordenadora da CDU de Stª Mª da Feira