Baseando-se em números que nada tinham de pedagógico/científicos, o PS iniciou a destruição da Escola Pública a que o Governo PSD/CDS está a dar continuidade. No mais recente ataque, anunciaram o encerramento de 311 escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico por todo o país. Destas, 6 são no concelho de Santa Maria da Feira às quais se juntam mais 43 no distrito de Aveiro.

Por muitas tentativas de justificação que o Governo possa apresentar para o anunciado encerramento, já todos perceberam que se trata de uma medida meramente economicista, que não trará qualquer benefício para as crianças, para as famílias ou para os profissionais de educação. Em alguns casos trata-se apenas de transferir despesa para as Câmaras Municipais, uma vez que terão de assegurar o transporte destas crianças para outras escolas – crianças que poderão ser divididas por várias escolas, como é o caso de Manhouce.

 

A Educação de qualidade apresenta-se como o melhor investimento que um país pode fazer para garantir a sua sustentabilidade a todos os níveis, será mesmo a única solução para sairmos do constante estado de “crise” onde insistem em nos manter. Investimento que deve começar desde tenra idade, facto que os governantes continuam a ignorar. Veja-se, por exemplo, como está a rede nacional do pré-escolar!

O Governo avança, muitas vezes, como argumento para o encerramento de escolas, a existência de menos crianças. É verdade que a taxa de natalidade diminuiu, mas diminuiu fruto da crise capitalista que levou milhares de jovens à emigração e que tem gerado instabilidade para os que cá ficaram, impedindo-os de ter filhos. Surge-nos, assim, a questão “O que tem feito o Governo para contrariar a descida da taxa de natalidade?”. A resposta é clara! Não tem feito nada, muito pelo contrário. Desinveste nos apoios à natalidade, afasta a educação e a saúde das populações.

No entanto, grande número de escolas encerrou apenas por alterações nas equações e não por falta de crianças. As mega turmas com trinta alunos não beneficiam os docentes e muito menos as crianças. Está assim posto em causa todo o processo de ensino/aprendizagem.

Resta questionar se com as medidas que têm sido levadas a cabo:

 

  • A Escola está mais próxima das comunidades?
  • Houve melhoria do rendimento dos alunos?
  • Atingiram-se as metas do Plano Europeu 20/20?
  • Criou-se uma Escola mais inclusiva?
  • Os docentes têm hoje melhores condições de trabalho?
  • Estão, os alunos de hoje, a ser melhor preparados para enfrentar a incerteza do futuro?

 

Estas 6 escolas do nosso município vão encerrar, assim como as restantes 305 espalhadas por todo o país e para isso basta, apenas, que o povo deixe.

Filipe Moreira

Eleito da CDU na Assembleia Municipal