Os recentes anúncios de requalificação do serviço de urgências a nível nacional levam ao desenho de um novo mapa de acesso à saúde que prejudicará sobremaneira a população do Município Feirense.

Atendendo ao previsto encerramento do serviço de urgências dos hospitais de S. João da Madeira, Ovar, Espinho e o já consumado encerramento do serviço de pediatria de Ovar, as populações destes Municípios serão encaminhadas para o Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.

Ora, aquando da sua construção, este hospital não estava dimensionado para acorrer a tão elevado número de pessoas, mas, apenas, para servir o Município Feirense. Tais encerramentos levarão inevitavelmente a um aumento de atendimentos incomportável para a sua capacidade e dimensão.

Este Hospital não dispõe de meios técnicos e humanos para fazer face a esta nova situação e os resultados estão já à vista: não faltam relatos de longas esperas neste serviço (e da tendência para o aumento) e da própria transferência de crianças para urgências pediátricas de outros hospitais fora do concelho feirense por este não estar devidamente preparado para o seu atendimento.

A saúde é um direito fundamental de todos, não se compadecendo com lógicas economicistas, cabendo ao Estado garantir o acesso universal aos cuidados de saúde.

Todos estes processos de encerramento têm levado a dezenas de protestos que trouxeram milhares de cidadãs e cidadãos para as ruas, demonstrando o seu descontentamento perante estas decisões tão injustas quanto inaceitáveis.

A Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira, reunida em 28 de Fevereiro de 2007: 

- Reclama do Governo a suspensão imediata do processo de encerramento destes serviços de urgência e a realização de estudos completos sobre as necessidades reais das populações, no âmbito da saúde e das infraestruturas públicas que lhe estão associadas.

- Defende a dotação de condições técnicas, materiais e humanas para uma melhor capacidade de resposta, designadamente no serviço de urgências do Hospital S.Sebastião. 

Aprovada a Moção, a mesma deverá ser remetida:

Ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

À Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações

Aos Grupos Parlamentares do PS, PSD, PCP, CDS-PP, BE e Os verdes