A Comissão Concelhia de Stª Mª da Feira do PCP, reunida no passado dia 10 de Julho, apreciou os recentes desenvolvimentos da situação social e política nacional e local e apontou as suas linhas de intervenção prioritárias no futuro imediato.

Desemprego no sector corticeiro

1. Emerge como preocupação fundamental no momento actual a degradação da situação social em inúmeras empresas do concelho, sobretudo no sector corticeiro, em que não é mais possível ignorar a profunda crise em que está mergulhado, dada a sucessão recente de encerramentos, falências, destruição de muitas centenas de postos de trabalho e aumento galopante do desemprego, com previsões de um ainda maior agravamento a muito curto prazo.

Não obstante as muitas promessas do Governo PS e os muitos milhões do dito PAIC – Plano de apoio à indústria corticeira – anunciados com pompa e circunstância no concelho, a verdade é que grande parte desses montantes, como prevíramos e preveníramos, foram canalizados para os grupos monopolistas deste sector, sem qualquer controlo ou acompanhamento, desprezando por completo os mais atingidos pela presente situação: os trabalhadores corticeiros e os pequenos e médios empresários.

Esta situação que está a provocar um ainda maior afunilamento e concentração do sector da cortiça em 2 ou 3 grandes grupos económicos, “secando” tudo em seu redor, com as consequências dramáticas que já se fazem sentir para muitos trabalhadores e famílias feirenses.

A situação da Rohde, no sector do calçado, é também motivo da maior apreensão já que, sendo actualmente a maior empregadora do concelho, o seu eventual colapso significaria um desastre social de proporções incalculáveis.

O PCP, desde sempre atento aos problemas sociais e laborais do município, responsabiliza as políticas seguidas, em especial do Governo Sócrates, pela grave situação que aqui se vive e que impõe, para a sua contenção e inversão (como repetidamente temos defendido) medidas imediatas e integradas num plano de emergência à escala regional.

É nessa linha de intervenção que iremos promover nas próximas semanas um conjunto de iniciativas políticas e legislativas em defesa dos trabalhadores, dos postos de trabalho e do emprego com direitos.

 

2. Com o aproximar de 2 actos eleitorais, dispara igualmente no concelho o frenesim demagógico e habitual das “primeiras pedras” e das visitas governamentais. Tanto PSD como PS, afadigam-se e atropelam-se aqui numa disputa bacoca e desesperada, tentando disfarçar a incapacidade mútua que ambos revelaram na resolução dos gravíssimos problemas estruturais que continuam a atormentar a qualidade de vida dos feirenses. Atente-se, por exemplo, no caso do Tribunal de Stª Mª da Feira, bem elucidativo dessa inoperância e descartar de responsabilidades tanto do poder central como do próprio executivo municipal e que veio uma vez mais ao de cima aquando da recente inauguração do novo Campus da Justiça desta cidade. Seja pelas condições físicas inapropriadas do edifício em que está instalado, seja pelos encargos que isso representa para o erário público, está mais que provado que o concelho necessita de uma solução de futuro em que se possa administrar a Justiça devida e condignamente.

 

3. A Comissão Concelhia de Stª Mª da Feira do PCP, regista positivamente a série de acções e iniciativas do Partido na região, em que a organização local esteve envolvida, com destaque para a última campanha das eleições europeias e que se traduziu também aqui por um significativo reforço eleitoral da CDU de cerca de 70% e com expressão assinalável em todas as freguesias.

É pois nessa linha que continuaremos a agir, mobilizando os trabalhadores e as populações em defesa dos seus direitos e interesses, mas em simultâneo levando essa luta ao voto, contribuindo com o necessário reforço da CDU no plano nacional e concelhio para a ruptura definitiva com estas políticas que nos afundam dia a dia.