Concelho
Prestes a completar-se mais um mandato autárquico na nossa Vila, importa desde já fazer um breve balanço mas realista do mesmo.
No entender da CDU, não obstante a concretização nos últimos meses de algumas das obras, reivindicadas por nós há longos anos, tais como: rotunda do Bico do Valado, cobertura da pedra do repouso no cemitério (cuja inauguração, porém, acabou por se concretizar precipitadamente, sem que as obras envolventes estivessem concluídas), arranjo do Parque, etc., a verdade é que continuam a subsistir na nossa terra inúmeros problemas que urge resolver. A começar pelo estado deplorável das estradas, cheias de buracos e desníveis de todo o tipo que infernizam a vida de quem nelas tem que circular, aumentando os riscos e as despesas com avarias e reparações nas respectivas viaturas. Constituindo um problema crónico que afecta infelizmente muitas outras freguesias e portanto da responsabilidade do Executivo Municipal PSD, a sua resolução deveria merecer no entanto uma outra postura, mais interveniente e enérgica da Junta actual.
A pouco tempo da abertura de mais uma grande superfície comercial na cidade de Santa Maria da Feira, o PCP vem denunciar, uma vez mais, os riscos que representa este projecto para a economia local feirense. Durante bastante tempo o Executivo camarário PSD tentou justificar a luz verde dada a este projecto com a promessa de uma contrapartida a ser garantida pelo grupo SONAE, que consistiria na requalificação do espaço envolvente: a “Pedreira das Penas”, actualmente um depósito de águas estagnadas altamente contaminadas, onde proliferam roedores, entulho, lixo acumulado e onde, graças à existência de materiais em decomposição, o mau cheiro atinge graus insuportáveis. Essa contrapartida, integrada, de acordo com a Câmara Municipal, no projecto de criação de um centro de criação de artes de rua – a tão publicitada “Caixa das Artes” – não passou afinal de uma miragem com que os responsáveis locais do PSD acenaram quando isso parecia servir os fins do grupo em causa.
Hoje, a requalificação da Pedreira das Penas ainda não saiu do papel, e a única caixa à vista é a “caixa registadora”. Sem embargo da criação de um limitado número de postos de trabalho – cujas condições laborais estão ainda por esclarecer, prevendo-se que venha a constituir mais um exemplo de precariedade e desprotecção laboral – é facto indesmentível que a instalação de uma grande superfície comercial no centro da Feira representa a machadada final no comércio local da freguesia-sede do Concelho.
Quando a Feira se encontra já notoriamente saturada de grandes superfícies comerciais, cercada como está por “hipermercados”; quando comércio local enfrenta um momento particularmente difícil graças à situação económica dos trabalhadores e do povo para onde nos empurra a actual política; quando os comerciantes feirenses lutam pela sobrevivência num contexto de asfixia e colapso dos pequenos e médios comerciantes (desemprego, empobrecimento dos trabalhadores, IVA a 23%, roubo dos salários, etc.), a decisão política de autorizar a instalação de um hipermercado no centro da Feira constitui uma gravosa irresponsabilidade, pela qual todos os feirenses devem pedir contas à Câmara.
A Comissão Concelhia de Santa Maria da Feira do Partido Comunista Português saúda todos os trabalhadores que aderiram hoje, 14 de Novembro, à Greve Geral convocada pela CGTP-IN, em particular aqueles que o fizeram nas empresas, serviços, organismos e locais de trabalho no concelho de Santa Maria da Feira. Nos mais variados sectores, foram muitos os que decidiram não ficar em silêncio perante as políticas de destruição do tecido económico e social levadas a cabo pelo actual governo, sob a batuta da troika estrangeira, naquela que é já uma das maiores ofensivas ao trabalho da nossa história democrática. Hoje, 14 de Novembro, milhões de trabalhadores em toda a Europa decidiram não baixar os braços: a resposta dada pela greve internacional encontra-se à altura do ataque dirigido aos trabalhadores e ao povo, e está em curso aquela que é uma das maiores greves gerais já realizadas em Portugal. O cartão vermelho mostrado hoje pelos trabalhadores e trabalhadoras à política de direita é claro e inequívoco: o Governo não pode continuar este caminho de destruição do trabalho – é preciso e urgente mudar de rumo, mudando de governo e, sobretudo, mudando de políticas.
O rídículo de uma acusação
Ex.mo Senhor.
Recebeu o PCP, no seu Centro de Trabalho em Stª Mª da Feira, uma notificação do processo de contra ordenação nº 64 – A/2012, instaurado pelo Vereador do Pelouro das Obras Municipais dessa Câmara, com base na pretensa e hipotética deposição de lixo por este Partido, a partir de fotografias de um monte de resíduos e sacos, à mistura com folhetos do mesmo, no passeio da Rua Eng. Duarte Pacheco, cidade da Feira, fora do horário estabelecido para o efeito. Lixo esse que não foi aí depositado pelo PCP.
Independentemente da razão que nos assiste e que será expressa e fundamentada na contestação a tal processo que iremos apresentar, não podemos deixar de manifestar desde já a nossa estranheza e repúdio pelo mesmo, dado tratar-se, a nosso ver, de uma clara atitude política e persecutória deste Executivo contra o PCP.
Conhecido que é o estado calamitoso em que o Concelho se encontra em matéria de recolha e tratamento dos lixos domésticos – com a proliferação de montureiras ou lixeiras um pouco por todo o lado - e que, aliás, tem merecido a nossa constante e viva denúncia, o citado processo, agora movido pelo Pelouro das Obras Municipais, Protecção Civil e Ambiente ao PCP, além de rídiculo e inconsistente é sobretudo uma manobra de diversão que rejeitamos liminarmente.
Stª Mª da Feira, 25 de Outubro de 2012
Comissão Concelhia de Stª Mª da Feira do P.C.P.
Reunida no passado dia 11 de Outubro, a Comissão Concelhia de Stª Mª da Feira do PCP analisou detalhadamente a evolução da situação política e social e as suas repercussões no Concelho e planificou a sua intervenção para os próximos meses.
1.
Correspondendo ao agravamento brutal da situação do país e do desastre para que a política de direita e o Pacto de Agressão, que PS, PSD e CDS assinaram, nos estão a conduzir, também aqui os feirenses sentem os efeitos desse rumo desastroso. Desde logo no número recorde de desempregados registados: no mês de Agosto ultrapassara já, pela primeira vez, os 10 mil. O que, como é reconhecido, peca por defeito pois, segundo os cálculos, e com base nos dados do próprio Instituto Nacional de Estatística, o número real de desempregados no Concelho é cerca dos 20 mil, com todas consequências dramáticas para a vida e sobrevivência de quem é atingido por este flagelo e para as suas famílias, e do mesmo modo para o próprio equilíbrio social e o futuro do Município. Como se isto não bastasse, sucedem-se com crescente frequência mais notícias e informações de processos de encerramento e insolvência (Sosac, ICL e ICAL, Mundial e outras) muitas delas de carácter fraudulento, despedimentos e alastramento da precariedade um pouco por todo o Concelho. Micro, pequenas e mesmo médias empresas, asfixiadas pela política das troikas, pela falta de apoios e crédito bancário e com a subida de impostos, fecham portas, aumentando ainda mais o desemprego e a recessão entre os feirenses. Aqui, porém, e no lado oposto, consequência directa desta mesma política de favorecimento ao capital, regista-se a concentração crescente dos grandes grupos económicos, não só no sector da cortiça, onde é cada vez mais esmagadora, mas agora igualmente na grande distribuição, que tem recebido no Concelho, é bom salientar, todas benesses e apoios do Executivo PSD.