Concelho

Águas Pluviais

 

Após a Nota de Imprensa, por nós emitida a 6 de dezembro de 2016 com o título “Estado calamitoso das vias rodoviárias de Fiães”, verificou-se que uma das Ruas referidas nessa nota (31 de Janeiro) foi intervencionada. Nessa rua, cujas obras estavam paradas há mais de seis meses, foram colocadas tubagens e grelhas para escoamento de águas pluviais. No entanto, o piso da via continua por repor, estando a referia intervenção novamente parada e sem que os moradores tenham data prevista para a sua conclusão.

No respeitante às Águas Pluviais, solicitada por moradores, esta Comissão deslocou-se ao Lugar do Grandal (Fiães) onde, acompanhada por moradores, pôde constatar que o entubamento das águas pluviais da Rua 31 de Janeiro termina junto de uma nascente cujo leito não tem capacidade para suportar toda a água proveniente da encosta. Esta água descerá até à Rua das Barras, a jusante da referida nascente, posteriormente até à Rua Principal (EN326), também sem estar entubada, e por fim desaguará no Rio Uíma.

O município da Feira tem sido vítima de uma falta de visão no respeitante a transportes públicos. Prova disso é o défice nesta área, quando comparado com outros municípios com características idênticas.

No nosso concelho desde há várias décadas que a aposta principal e praticamente única tem sido para os transportes privados assentes única e exclusivamente na rodovia. Quero com isto afirmar, que não tem sido desenvolvida uma política de transportes públicos assente nas necessidades da população.

Atente-se, aquilo que temos mais parecido a um centro de camionagem não é mais do que uma paragem de autocarro na Cruz, em Santa Maria da Feira. Nesta paragem passam autocarros para diversos pontos do país, como Lisboa, Porto e Braga, a que ocorrem centenas de feirenses todas as semanas. Porém, no local não há sequer um horário dos mesmos ou dos autocarros que deveriam fazer a ligação a todo o município. Esta situação só não é anedótica, porque tem o seu grau de perversidade e de perigo, uma vez que uma das agências que ali faz serviço tem o seu posto de venda do outro lado da estrada nacional 223. Relembra-se que, nesta via não existe ponte pedonal ou passadeira e dado o tráfego normal um peão que a tente atravessar estará a praticar um ato de loucura (ainda que compreensível) uma vez que a alternativa é ir pelo túnel junto aos Passionistas.

O centro coordenador de transportes tem sido uma promessa incontornável, mas sempre sem a aparente intenção.

A este triste exemplo, assistiu-se ao longo dos anos a uma não promoção de por exemplo do comboio. Hoje todos tomam lugar nas fileiras da defesa da Linha do Vale do Vouga, mas em tempos assumiram posições de total delegação para o esquecimento, afirmando que não servia os interesses do município. A prova disso é que apesar de esta linha atravessar o concelho há mais de cem anos, verifica-se que os serviços públicos foram colocados sempre afastados das estações da mesma. Permitiu-se, ainda, um crescimento que relevasse as referidas estações para as periferias das freguesias.

Filipe Moreira (Membro da Coordenadora da CDU de Stª Mª da Feira e eleito da CDU na Assembleia Municipal) sobre os Transportes Públicos e a Linha do Vale do Vouga em Stª Mª da Feira.

Antero Resende (Membro da Coordenadora da CDU de Stª Mª da Feira) apresenta, na estação de comboio de Stª Mª da Feira, uma breve resenha histórica da importância da Linha do Vale do Vouga para o município.

Realizado no âmbito da campanha "Mais e melhores Transportes Públicos em Santa Maria da Feira"

Relativamente a mobilidade e transportes, nas últimas décadas a aposta principal (praticamente única) foi para os transportes privados assentes única e exclusivamente na rodovia. Assistiu-se à promoção do automóvel em detrimento dos transportes não poluentes e dos transportes coletivos e principalmente dos transportes públicos.

Prova disso foi o estado de esquecimento e negligência a que os sucessivos executivos do PSD na Câmara Municipal votaram a Linha do Vouga (comummente designada de Vouguinha), não a contemplando nos planos de desenvolvimento do município como havia sido no passado.

Não houve a promoção deste meio de transporte, levando a que o crescimento urbanístico desordenado ocorrido nos anos 80 e 90 do século passado cometessem a estação de Santa Maria da Feira para a periferia da cidade. Noutros casos mais recentes, não se promoveu a ligação das estações por outros meios de transporte, assim como não se promoveu a localização de serviços públicos perto das mesmas.

Não se pode continuar a negar a insuficiência do serviço da “Transfeira” que não serve a generalidade da população. E aqui, também, não se pode negar as culpas dos sucessivos executivos que não fizeram uma aposta clara e concreta neste serviço.

A política de transportes e mobilidade não se pode resumir a medidas de circulação e estacionamento. Tem de passar pela necessidade da convergência de medidas e iniciativas diversas de sensibilização e informação, de ordenamento e gestão do território.

Somos favoráveis e defenderemos a existência de uma Comissão Municipal de Trânsito e implementaremos um Plano de Circulação, Transportes e Estacionamento do Município.

Assim, no decorrer das próximas semanas a CDU irá promover por todo o município uma campanha em defesa dos Transportes Públicos que realmente satisfaçam as necessidades da população. Iremos denunciar e exigir mais e melhores transportes públicos, assim como ciclovias que permitam a mobilidade alternativa ao automóvel.

 

Santa Maria da Feira, 9 de fevereiro de 2017

Comissão Coordenadora da CDU de Santa Maria da Feira